Alterações em exames de mamografia não devem ser motivo de preocupação para as mulheres, pois os linfonodos regridem; a orientação é esperar um mês para fazer o exame ou avisar seu médico sobre a imunização
Uma recomendação da Federação Brasileira de Instituições Filantrópicas de Apoio à Saúde da Mama (Femama) alerta que a vacina contra covid-19 pode causar alterações em exames de mamografia. E ainda fazer com que mulheres apresentem linfonodos (línguas) nas axilas. A boa notícia é que os gânglios logo desaparecem. Mas por outro lado, isso tudo está causando indicações desnecessárias de cirurgias e punções.
Alterações em exames de mamografias
Entretanto, para evitar preocupações e diagnósticos errados, a entidade recomenda que as mulheres não façam o exame imediatamente após receber a vacina. A orientação é esperar um mês ou avisar seu médico sobre a imunização. De acordo com a mastologista Maira Calfelli, presidente da Femama:
“A indicação é de que elas voltem a fazer os exames de rastreamento de câncer de mama, mas relatem ao médico caso tenham tomado vacina.”
Ela ressalta que nas últimas seis semanas foi registrado um aumento agudo da presença de linfonodos nos laudos de mamografia e ultrassonografias. Portanto, isso sugere doenças que deveriam ser analisadas, com indicação de punções e cirurgias.
“Quando a paciente não está atenta para isso, realmente se apavora, o que não é necessário, desde que se constate que ela teve vacina aplicada naquele braço ou até no braço contralateral, nos últimos 15 ou 30 dias.”
Sumiço dos linfonodos
Além disso, após este tempo, a tendência é que os linfonodos sumam:
“Elas não devem deixar de fazer os exames. No entanto, quem tomou a vacina de covid-19 deve aguardar, se possível, de duas a quatro semanas.”
Vacina não provoca câncer
Todavia, a especialista destaca que a vacina contra a covid não provoca câncer:
“Essa alteração nos gânglios é uma reação do corpo ao imunizante e não tem nenhuma relação com câncer, célula maligna de qualquer natureza. É uma reação inflamatória, como se fosse até uma febre.”
Isso porque o acúmulo dos linfonodos pode ser provocado por qualquer injeção ou vacina. Portanto, não somente pelos imunizantes contra a covid-19. Conforme a Femama, a informação é confirmada pela Sociedade Brasileira de Mastologia, pela Comissão Nacional de Mamografia do Colégio Brasileiro de Radiologia e Diagnóstico por Imagem (CBR) e pela Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo).
Recomendações sobre alterações em exames de mamografias
Tais instituições já divulgaram recomendações de conduta frente à linfonodopatia axilar em pacientes que receberam recentemente a vacina contra a covid-19.
“Por isso, nossa orientação é que os agendamentos de exames de mamografia em pacientes sejam realizados antes da primeira dose da vacina ou, então, de duas a quatro semanas depois da aplicação da segunda dose.”
Maira conclui:
“Caso a linfonodopatia permaneça, é recomendada a investigação, por biópsia, do linfonodo para excluir a malignidade mamária ou outra origem extramamária.”
*Foto: Divulgação/Depositphotos