Projeto Quintal de Ana luta pelo direito à convivência familiar
Algo incomum 20 anos atrás, mas que hoje integra o protocolo de quem pretende adotar um filho é a participação de grupos de apoio. Em suma, é por meio deles que a pessoa que pretende adotar encontra um auxílio psicossocial e jurídico, destinado a todos os membros da família em formação. Quando não existia essa possibilidade de tirar dúvidas e lidar com o preconceito era mais complicado. Em função disso, o procurador de Justiça Sávio Bittencourt e sua esposa, Bárbara Toledo, a partir da experiência com a adoção da filha Ana Laura, criaram em Niterói o Quintal da Ana. A iniciativa se tornou modelo em todo o país e já colaborou a fim de garantir a mais de três mil crianças o direito à convivência familiar.
Quintal de Ana – 20 anos
Para celebrar os 20 anos do Quintal de Ana, a associação está promovendo uma série de lives desde terça-feira (25). E hoje (27), é o dia oficial do aniversário da iniciativa. Sendo assim, a própria Ana Laura, hoje com 23 anos, inspiração para o projeto, conduzirá um bate-papo sobre a experiência da adoção. Isso vai ocorrer do ponto de vista dos filhos, a partir das 19h, no Instagram do Quintal de Ana.
Direito ao convívio familiar
Na noite de terça, Bárbara Toledo conversou com a psicóloga Erika Priedade, sobre apadrinhamento afetivo. Sobre isso, a fundadora da associação afirmou:
“Nós precisamos ampliar o apoio às crianças e aos adolescentes que vivem nas instituições de acolhimento, porque depois de uma certa idade sabemos que fica mais difícil a adoção. Todas as crianças têm direito ao convívio familiar, mas as que se encontram institucionalizadas estão privadas disso. Precisamos garantir o fortalecimento dessas relações também para elas.”
Nova cultura da adoção
O Quintal de Ana trabalha na composição e divulgação da nova cultura da adoção. Portanto, isso auxilia pais pretendentes por meio de curso preparatório; dá apoio à família adotiva; fase de adaptação. Além disso, o projeto também ajuda as famílias de origem ou aquelas que optam pelo apadrinhamento afetivo de crianças e adolescentes institucionalizados.
A associação é pioneira na promoção da adoção de forma segura e descomplicada. Sendo assim, ela fez com que sua metodologia servisse de inspiração para os atuais modelos em funcionamento no Brasil, conta Bárbara:
“Quando começamos, havia uma média de 400 crianças institucionalizadas no estado do Rio; hoje são 60. Isso é muito gratificante.”
Ela ainda explica que nessas duas décadas, a expansão do acesso à informação foi o que influenciou as alterações no processo de adoção no país:
“Antes, quando se procurava no Google, por exemplo, o passo a passo para a adoção no Brasil, só havia o nosso site. Hoje, há muito mais conteúdo, de grupos espalhados pelo país inteiro, com muitas associações se apoiando e apoiando as adoções.”
*Foto: Divulgação