Pré-eclâmpsia pode ser reduzida ao identificar os sintomas e padronizar os protocolos de atendimento, podendo assim salvar as vidas da mãe e do bebê
Entre as características mais potenciais da pré-eclâmpsia, estão: a rapizes e o perigo que é esta doença tão grave. Ela está atrelada ao aumento da pressão arterial de grávidas. Além disso, o termo eclampsia é uma palavra de origem grega que significa raio ou relâmpago. Ela pode ocorrer em qualquer gestante durante a segunda metade da gravidez ou até seis meses após o parto. Porém, ao identificá-la o quanto antes é essencial para a garantia da saúde e bem-estar materno e dos bebês. E também que a informação sobre a doença seja de amplo conhecimento não apenas das mulheres, mas também do companheiro, familiares e amigos que acompanham a gestação.
Número de casos de pré-eclâmpsia aumenta
Os números sobre a doença assustam. Prova disso é que, hoje, a pré-eclâmpsia afeta de 5 a 10% das gestações em todo o mundo, sendo a principal causa de morte materna e de crianças, 75 mil e 500 mil, respectivamente, a cada ano. Mais de 99% das mortes maternas ocorrem em países pobres ou em desenvolvimento. Na América Latina, ela é responsável por uma em cada quatro mortes maternas.
De acordo com Nelson Sass, professor do Departamento de Obstetrícia da Escola Paulista de Medicina da Universidade Federal de São Paulo (EPM/Unifesp) e membro da Rede Brasileira de Estudos sobre Hipertensão na Gravidez (RBEHG):
“Para além da questão da mortalidade, a pré-eclâmpsia é a causa comum de prematuridade, sendo responsável por 20% de todas as internações em Unidades de Terapia Intensiva (UTIs), um dado que preocupa e que mostra toda a atenção que se deve dar para gestantes e seus bebês.”
Como evitar a pré-eclâmpsia
No entanto, com uma prevenção difícil, mas possível, a ocorrência de eclâmpsia e suas consequências podem e devem ser evitadas.
Para Sass, apesar de a fisiopatologia da pré-eclâmpsia ainda não ter sido totalmente desvendada e a sua completa prevenção seja algo ainda difícil, a ocorrência de eclampsia e suas consequências podem ser evitadas.
“Em pleno século 21, sabemos bem o que fazer para tratar a hipertensão na gestação e erradicar a morte que ela causa. Esse trabalho passa, necessariamente, pela informação, de modo que a gestante consiga reconhecer os sinais e sintomas precocemente e busque auxílio médico em tempo para iniciar o tratamento.”
Principais sintomas
Os principais sintomas que podem identificar a pré-eclâmpsia e que devem ser observados são:
- dor de cabeça forte que não desaparece com medicação;
- inchaço no rosto e nas mãos;
- ganho de peso de um quilo ou mais em uma semana;
- dificuldade para respirar ou respiração ofegante, náusea ou vômito após os primeiros três meses de gestação;
- perda ou alterações na visão, como borramento e luzes piscando;
- e dor no abdome na região direita, próximo ao estômago.
A docente da Unifesp ainda ressalta:
“Esses são alguns dos sintomas que podem aparecer de maneira isolada ou conjugados e que podem apontar para um quadro de hipertensão e necessidade de intervenção médica. A urgência não é sem razão. As mães podem convulsionar e correm risco de morte. Bebês também correm risco de morte ou de nascimento prematuro.”
Entendimento médico
Além disso, é de suma importância o entendimento médico acerca da doença.
Nesse sentido, Sass explica que, “médicos que atuam na RBEHG têm proposto projetos com o objetivo de se alcançar ‘zero morte materna por hipertensão’, ao mesmo em que a Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo), com sua educação continuada, atua na discussão da eclampsia em congressos e na emissão de protocolos de tratamento e de conduta de prestadores de saúde, como clínicos, obstetras e enfermeiros(as), muito adequados, procurando trazer luz a esse grave problema nacional, que é a hipertensão arterial na gestação”.
*Foto: Reprodução/Pixabay (Daniel Reche)