À medida que o bebê cresce, mudam-se alguns móveis de seu quarto. É o caso do local onde ele se deita. É muito comum ouvirmos falar na necessidade de adquirir uma cama montessoriana para esta fase da vida da criança. Mas afinal de contas por que isso é tão importante. Neste artigo vamos abordar o tema.
História da cama montessoriana
O nome deste móvel é em homenagem à linha pedagógica proposta pela pedagoga e médica italiana Maria Montessori (1870-1952). Ela revolucionou a configuração, não apenas das escolas, mas também dos quartos infantis ao redor do planeta.
Quando olhamos para a cama montessoriana pela primeira vez podemos ter a impressão de ser apenas uma cama baixa, praticamente rente ao chão. Porém, não é só isso, explica a psicóloga clínica Elaine Chagas, que é mestre em Psicologia e sócia diretora do InTCCrio:
“Envolve a inclusão de aspectos afetivos na educação das crianças, o que aumenta conforme as chances de elas se tornarem mais autônomas e confiantes no seu processo de desenvolvimento.”
Além disso, ela revela que as crianças são vistas como necessárias, com suas próprias competências. Elas também se comunicam conforme alguma necessidade, mesmo que os adultos não compreendam de imediato, completa:
“A teoria científica do desenvolvimento desenvolvido por Maria Montessori visa um ensino ativo, que dá às crianças uma percepção de seu próprio aprendizado por meio de um ambiente rico em estímulos, que desperta o interesse por experimentações e descobertas.”
Estilo montessoriano
Para as arquitetas e sócio-fundadoras do Studio M&A Arquitetura, Camila Marinho e Renata Assarito, afirmam que o estilo montessoriano existe para que a criança passe a explorar o ambiente. Portanto, a necessidade cama montessoriana ser baixa e praticamente no chão, explicam:
“Assim, elas vão ter autonomia de subir e descer quando quiserem. Além da cama, todos os outros móveis são baixos e os brinquedos ficam ao alcance das mãos dos pequenos. Por exemplo, a prateleira de livros devem ficar na altura da criança para ela poder pegar sem ajuda de um adulto.”
Além disso, elas completam:
“Às vezes, podemos colocar até uma barra na parede que estimula a criança a se levantar sozinha. Tapetes também são uma boa ideia porque uma criança consegue explorar, engatinhar, pegar objetivos e continuar protegida do frio do piso.”
Cuidados básicos
Entretanto, as arquitetas alertam sobre alguns cuidados básicos, quando a criança passa a explorar todo o ambiente:
“É preciso tomar cuidado para que as retiradas fiquem sempre tampadas. Também é aconselhável não ter móveis com quinas pontiagudas, assim como móveis com objetos soltos em cima, quadros com vidro … É preciso ficar alerta para a criança não derrubar esses objetos.”
Qual idade é a correta para ter uma cama montessoriana?
Em relação à faixa etária indicada para ter uma cama montessoriana, a psicóloga Elaine Chagas ressalta que Maria Montessori fez a seguinte pergunta em seu livro “Mente Absorvente: quando devemos começar a educar uma criança?”
Para Montessori os pais poderiam começar com este estilo de educação logo que o bebê nasce, afirma Elaine.
“Dos 0 aos 3 anos, as crianças são capazes de absorver tudo sem questionamento e sem limites, e a educação funciona como uma espécie de auxílio ao que é inato e esperado no curso do desenvolvimento. Nessa ótica, tudo que for oferecido de positivo nessa fase, repercutirá satisfatoriamente – não só no momento, mas também em todo processo desenvolvimental.”
Elaine finaliza dizendo que as crianças já nascem com poderes psíquicos que devem e precisam ser respeitados desde seu nascimento. Ela cita como exemplo:
“Um bebê observa algo ou está alcançando algo com as mãos e quando os adultos retiram uma criança dali, estão impedindo que ela experimente ou que aprenda algo com a experiência. O enxoval emocional da criança precisa ser preparado da mesma maneira que prepara o seu quarto, roupas ou outros acessórios. Preparar esse enxoval emocional é preparar aquilo que é invisível e importante para um desenvolvimento emocional saudável e a proposta de Montessori fala dos benefícios dessa preparação. vantagens desse estilo se refletem em um desenvolvimento emocional satisfatório e em uma criança mais resiliente, cooperativa, capaz de solucionar, disposta a aprender e principalmente no desenvolvimento da autonomia.”
*Foto: Divulgação/NaToca