Bartolinite é uma inflamação que ocorre em uma ou ambas as chamadas “glândulas de Bartholin”, que ficam nas laterais da vulva
A bartolinite é uma inflamação que pode ocorrer em uma ou ambas as chamadas “glândulas de Bartholin”, que ficam nas laterais da vulva. Além disso, a infecção se dá, geralmente, por conta da obstrução dessas glândulas. Elas são responsáveis pela produção de muco lubrificante no dia a dia e da secreção expelida durante as relações sexuais.
Bartolinite em 2% das mulheres
Segundo a coordenadora do pronto atendimento do Hospital e Maternidade Santa Joana, doutora Aline Marques, algumas mulheres podem desenvolver um cisto benigno. Ele não provoca dor nem incômodo. Portanto, se não possui infecção, nada precisa ser feito.
Entretanto, até 2% das mulheres podem enfrentar a bartolinite. E é justamente esta inflamação da glândula que causa um entupimento ou um bloqueio do duto.
Por outro lado, a glândula com inflamação pode estar infectada ainda. Ou seja, possuir alguma bactéria se reproduzindo lá dentro e produzindo pus.
Sintomas
Para identificar a bartolinite é preciso estar atenta aos sintomas. Em caso de dor, vermelhidão ou inchaço nesta região, deve-se procurar ajuda médica. Sobre isso, a especialista detalha:
“Quando há um incômodo a ponto de não conseguir sentar ou colocar calça, por exemplo, suspeita-se de infecção. E aí o diagnóstico ocorre a partir de um exame físico.”
Lubrificação
Todavia, a doença pode afetar a lubrificação vaginal. Portanto, merece atenção e tratamento adequado. E este depende do grau de acometimento da inflamação, que vai desde o calor local, onde pode se fazer compressas mornas ou banhos de assento; até a administração de antibióticos, anti-inflamatórios ou mesmo uma intervenção cirúrgica.
Quando ocorre a bartolinite?
A bartolinite pode acontecer em qualquer fase da vida, uma vez que a glândula já existe desde o nascimento. Porém, ela costuma ocorrer a partir da primeira menstruação e é ainda mais comum após os 20 anos.
Doença é transmissível?
Não é transmissível, apesar de algumas bactérias que podem provocar o problema. E também podem gerar infecções sexualmente transmissíveis (ISTs), como a gonorreia e a clamídia.
Mas além delas, há outras inúmeras bactérias que estão associadas ao surgimento da bartolinite, como a Escherichia coli, comum no trato intestinal.
Nem sempre dá para se prevenir. Mas há três medidas principais que podem auxiliar a reduzir as chances de desenvolver a doença, afirma a médica. São elas:
- evitar usar roupas muito justas na região;
- manter bons cuidados de higiene íntima;
- e praticar sexo seguro, com preservativos.
Gestação
Geralmente, há chance de desenvolver a bartolinite durante a gestação. Ela é a mesma que em outras fases reprodutivas da mulher. Além disso, a condição não costuma trazer riscos à saúde do bebê, exceto pela presença de bactérias.
Nas grávidas, o tratamento pode ser semelhante ao período fora da gestação. Neste caso, deve-se adequar as medicações para recursos que podem ser utilizados durante a gravidez, destaca a médica do Santa Joana.
“Vale lembrar que gestantes não podem tomar anti-inflamatório sem orientação médica.”
Hora do parto
Contudo, na hora do parto, não existe uma contraindicação ao parto normal em gestantes com bartolinite. Isso vai depender da sensibilidade de cada mulher e do quadro, afirma Aline Marques.
“Uma paciente que não consegue se sentar, por exemplo, por conta da dor, pode ter dificuldades com o parto normal, mas isso é muito individual.”
Porém, caso o cisto fique muito grande e doloroso, o parto vaginal pode acontecer, no entanto, a pessoas poderá ficar com sensação de desconforto, complementa a obstetra e ginecologista Larissa Cassiano, da Clínica Theia, de São Paulo.
Cuidados
Assim como na rotina diária normal, quando a mulher está grávida, ela também deve ter os mesmos cuidados para a prevenção da doença. Ou seja, nada de usar roupas apertadas na região da vulva, praticar sexo seguro e fazer a higiene do local sempre.
Repetição
Por fim, vale destacar que é possível que mulheres desenvolvam a doença mais de uma vez. E isto é comum, mas não há na literatura médica um tratamento diferente ou que seja considerado mais adequado do que os já mencionados e usados para casos isolados da infecção.
*Foto: Depositphotos