Novembro roxo é o mês internacional de prevenção e sensibilização sobre a prematuridade
Novembro (Roxo) é o mês internacional de prevenção e sensibilização sobre a prematuridade. O objetivo principal da data é alertar a sociedade sobre o crescente número de partos prematuros, que são os que ocorrem antes de a mulher completar 37 semanas de gestação.
Novembro roxo
Além disso, segundo dados da organização não governamental (ONG) Prematuridade.com, no mundo todo, a prematuridade é a principal causa de mortalidade infantil antes dos 5 anos de idade. Neste caso, o Brasil ocopa o 10º lugar no ranking mundial, em números absolutos, de partos prematuros.
Sendo assim, é urgente falar sobre a importância do pré-natal e os prejuízos que a falta desse acompanhamento médico ao longo da gravidez pode gerar tanto para a saúde da gestante quanto para a do bebê. Quando os exames são feitos adequadamente, podem ser evitadas doenças transmitidas de mãe para o filho, como: sífilis, HIV, hepatites B e C. O pré-natal pode detectar também outras doenças que, se não tratadas, podem ocasionar o parto prematuro, como: a anemia, a diabetes gestacional, a hipertensão e a infecção urinária. Portanto, a o mês do novembro roxo é fundamental para a conscientização.
Mães adolescentes
Já no caso das mães adolescentes, os riscos para a saúde podem ser ainda mais elevados. De acordo com a Organização Mundial da Saúde, as grávidas de 10 a 19 anos enfrentam maiores riscos de eclampsia, endometrite puerperal e infecções sistêmicas do que mulheres de 20 a 24 anos. A entidade ainda revela que as complicações na gestação e no parto são a principal causa de morte entre meninas de 15 a 19 anos em todo o mundo.
Por que não fazem o pré-natal?
Por outro lado, o que leva algumas mulheres a não procurar a assistência pré-natal? Os motivos não são conclusivos. Porém, eles passam pela falta de acesso a serviços de saúde, ausência de informação sobre sexualidade e, ainda, pela gravidez não intencional. Neste caso, uma gestação não planejada pode resultar em consequências graves, tais como depressão pós-parto e desnutrição do bebê. Na adolescência, outro fator que chama a atenção é a vergonha da gravidez, e isso faz com que escondam a gestação por muito tempo, prejudicando o pré-natal. O impacto pode ser bastante negativo, uma vez que negligenciar o pré-natal se reflete diretamente no índice de mortalidade infantil.
Vendo o Invisível
Segundo o relatório “Vendo o Invisível”, que o Fundo de População das Nações Unidas (Unfpa) lançou recentemente sobre a crise invisível de gravidez não intencional, traz uma análise com base nos dados de Pesquisas de Demografia e Saúde (DHS) em que diversos estudos fazem essa correlação da gravidez não planejada e o pré-natal. Conforme o documento, a tendência entre as mulheres com gravidez não planejada é começar a receber cuidados pré-natais mais tarde e ter menos consultas pré-natais do que as mulheres com gravidez planejada.
Países ocidentais no novembro roxo
Estudos em países ocidentais revelam que as mulheres solteiras que relataram que sua gravidez não foi intencional eram significativamente menos propensas a fazer uma consulta pré-natal durante as primeiras oito semanas de gravidez e eram duas vezes mais inclinadas a procurar atendimento pré-natal somente após o primeiro trimestre. O mais indicado seria o pré-natal ocorrer quando a mulher ainda está planejando engravidar. Desse modo, o ginecologista já poderia verificar se ela tem alguma doença prévia, prepará-la para as transformações que vai sofrer durante os nove meses, explicar sobre a rotina das consultas e ainda sobre as possibilidades de parto, municiando-a de todas as informações necessárias para uma gestação tranquila.
Conceito de planejamento reprodutivo
No entanto, no Brasil, o conceito de planejamento reprodutivo ainda é pouco difundido e adotado. Apesar de oferecer uma poderosa ferramenta para que mulheres de todas as classes sociais tenham autonomia sobre o próprio corpo e decidam se querem engravidar e quando. Mas, a prática do planejamento reprodutivo não depende só das mulheres. Trata-se da construção de uma cultura a partir da disseminação de informações, da oferta de orientações médicas, da ampliação do acesso a mais métodos contraceptivos e do apoio da família, do parceiro ou parceira e dos amigos. Com isso, seria um passo importante para melhorar as estatísticas de prematuridade no Brasil.
*Foto: Depositphotos