Imunidade na gestação inclui alguns sintomas, como tosse, congestão nasal e inchaço, que podem surgir; saiba qual é a relação entre estes sinais e o sistema imunológico da gestante
Durante a gravidez é bastante comum a mulher se queixar de tosse, nariz entupido, cansaço. Isso tudo diz respeito ao sistema imune mais sensível após engravidar. Sendo assim, se você começou a sentir estes sintomas gripais no início da gestação, confira neste artigo o que ocorre de fato. Além disso, as mesmas transformações por trás dos sintomas mais clássicos também podem justificar isso.
Imunidade na gestação
A partir da concepção, uma estrutura denominada trofoblasto, que dará origem à placenta, passa a produzir o hormônio gonadotrofina coriônica humana (HCG). Embora seja fundamental para a manutenção da gravidez, ele pode promover efeitos adversos, o que pode influenciar na imunidade na gestação.
Já o estrogênio e progesterona, os hormônios femininos, também vão às alturas. Essa turbulência hormonal leva ao enfraquecimento do sistema imunológico da mulher.
Segundo o obstetra Eduardo Zlotnik, do Hospital Israelita Albert Einstein (SP):
“Isso evita que ele reaja à presença do bebê, agredindo-o.”
Contudo, a concentração de progesterona, por exemplo, é muito maior nessa época, tendo seus níveis elevados em até 500%. Vale destacar que tal hormônio apresenta propriedades anestésicas, tranquilizantes, além de redutora das atividades mentais, o que leva à redução do ritmo cerebral e, consequentemente, à sonolência e à sensação de cansaço.
Outro fator é o volume de sangue no corpo, que chega a aumentar até 50% por volta da 30ª semana. Relacionada aos altos níveis de progesterona, essa sobrecarga promove retenção de líquido e inchaço em diversas regiões do corpo, que vão explicar sintomas como a congestão nasal.
Sistema imunológico frágil
Todavia, a fragilidade do sistema imunológico favorece a ocorrência de:
- gripes e outras infecções respiratórias;
- a obstrução nasal, acompanhada da superprodução de muco;
- e a diminuição na eficiência dos cílios presentes nos brônquios, que têm como função expelir muco.
Estes são os três principais fatores que explicam a tosse. E ela ainda pode piorar à medida que a gravidez avançar, pois o bebê em crescimento impede a expansão total dos pulmões, interferindo na respiração.
O que fazer?
Diante dos sintomas gripais, a primeira providência é identificar sua origem. E após descartar doenças de base, como alergia e infecção, é preciso ter paciência. Portanto, manter-se hidratada, evitar fatores irritantes das vias aéreas, como produtos químicos e poluição, pode trazer algum conforto, bem como colocar uma bacia de água em seu quarto, na hora de dormir, para umidificar o ambiente.
Por fim, fazer inalação e lavagens nasais com soro fisiológico, para limpar as vias aéreas, também podem reduzir a obstrução e trazer alívio. Entretanto, atenção: nada de utilizar outros descongestionantes, que podem ser prejudiciais ao bebê.
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