A gravidez anembrionada traz riscos, mas já há tratamento
A gravidez anembrionada, também conhecida como gestação anembrionada ou ovo cego, é uma condição em que ocorre a fertilização do óvulo. Porém, não há desenvolvimento do embrião. Ou seja, a gestação não evolui, mesmo com a formação da placenta e do saco gestacional.
Tal condição é mais comum do que se imagina. É o que revela dados da Sociedade Brasileira de Reprodução Assistida (SBRA). Neste caso, cerca de 50% das gestações que resultam em aborto espontâneo são anembrionadas. E isso ocorre em torno de 1% a 3% de todas as gestações. Entenda a seguir as causas, sintomas e até mesmo como é feito o diagnóstico.
Causas da gravidez anembrionada
A gravidez anembrionada pode acontecer por diversas causas. Contudo, em muitos casos, a causa é desconhecida. Entretanto, há alguns fatores que podem elevar o risco dessa condição, como:
- Idade materna avançada (acima de 35 anos);
- Problemas na ovulação;
- Anormalidades cromossômicas no embrião;
- Defeitos no útero ou nas trompas;
- Doenças da tireoide;
- Infecções.
Sintomas da Gravidez Anembrionada
Os sintomas são semelhantes aos da gestação normal. As mulheres podem sentir enjoos, cansaço, aumento dos seios, atraso menstrual e outros sintomas típicos da gravidez. No entanto, em alguns casos, os sintomas podem ser mais leves ou até mesmo inexistentes. Sedno assim, muitas vezes, a gravidez anembrionada só é diagnosticada na primeira consulta do pré-natal, quando o médico não consegue visualizar o embrião no ultrassom.
Ultrassonografia
A ultrassonografia é uma das principais ferramentas utilizadas para detectar este tipo de gravidez. O exame é feito por um médico especializado em ultrassonografia, geralmente um obstetra, e pode ser realizado por via abdominal ou transvaginal.
Além disso, é durante o exame que o médico pode visualizar o útero e verificar se há um saco gestacional presente. Vale lembrar que em uma gestação normal, o saco gestacional deve conter o embrião em desenvolvimento. Todavia, na gestação anembrionada, o saco gestacional está presente sem a presença do embrião. O médico também pode medir o tamanho do saco gestacional e verificar se ele está crescendo adequadamente, o que pode ajudar a determinar se há um desenvolvimento fetal normal ou não.
A ultrassonografia também pode ser utilizada para verificar a presença de sangramento ou anormalidades no útero, o que pode indicar uma complicação na gestação.
O exame é capaz de identificar o problema precocemente, permitindo assim que medidas adequadas sejam tomadas para o tratamento. Isso pode ajudar a reduzir os riscos para a saúde da mãe e garantir que ela receba o acompanhamento necessário para uma recuperação adequada.
Porém, o ultrassom não é capaz de prevenir a ocorrência da gravidez anembrionada. Portanto, é importante que as mulheres façam o acompanhamento pré-natal adequado e sigam as orientações médicas para garantir uma gestação saudável. Caso ocorram sintomas de aborto ou qualquer outra complicação, é fundamental procurar um médico imediatamente.
Tratamento
O tratamento é o mesmo que para o aborto espontâneo. Ou seja, o médico pode optar por esperar o corpo expelir o saco gestacional de forma natural, ou pode indicar a realização de uma curetagem (remoção do tecido uterino). Mas em alguns casos o médico pode indicar o uso de medicamentos para acelerar a expulsão do saco gestacional.
Prevenção e riscos
Não há um modo conhecido de prevenir a patologia. Contudo, há algumas medidas que podem ajudar a reduzir o risco de ocorrência dessa condição, como:
- Realizar o pré-natal completo, com acompanhamento médico regular;
- Evitar o consumo de álcool, tabaco e drogas durante a gestação;
- Manter uma alimentação saudável e equilibrada;
- Controlar as doenças crônicas, como diabetes e hipertensão;
- Reduzir o estresse.
Já em relação aos riscos, eles estão associados à mãe, principalmente se não for diagnosticada e tratada precocemente. Alguns dos principais riscos incluem:
- Infecção: presença de tecido gestacional sem o embrião pode causar uma infecção uterina, que pode levar a febre, dor abdominal, corrimento vaginal e outros sintomas;
- Hemorragia: pode levar a sangramento vaginal, especialmente se o corpo tentar expelir o tecido gestacional;
- Risco de complicações futuras: mulheres que já tiveram uma gravidez anembrionada podem ter um risco aumentado de apresentar o problema novamente em gestações futuras;
- Problemas emocionais: lidar com a perda gestacional pode ser emocionalmente difícil para muitas mulheres, especialmente se a gravidez anembrionada ocorreu após tentativas de engravidar ou após um tratamento de fertilidade.
Nem todas apresentam complicações
Por fim, vale destacar que nem todas as mulheres que experimentam uma gravidez anembrionada apresentam complicações. Muitas vezes, o corpo é capaz de expelir naturalmente o tecido gestacional sem gerar danos à saúde da mãe. No entanto, é fundamental que qualquer mulher que apresente sintomas de aborto ou que suspeite de uma gravidez anembrionada procure imediatamente um médico para receber o tratamento adequado e evitar possíveis complicações.
*Foto: Depositphotos