Fisioterapia gestacional trabalha a mobilidade pélvica da mulher durante a gravidez
Quando a mulher encontra-se gestante ela passa por muitas mudanças em seu corpo. E ela pode atingir a pelve. Portanto, cada vez mais as grávidas procuram ajuda de um fisioterapeuta para praticar exercícios de forma correta durante toda a gestação.
Fisioterapia gestacional
Segundo o fisioterapeuta e especialista em saúde e bem-estar da mulher, explica sobre seu trabalho, Alexandre Delgado:
“Temos uma especialidade reconhecida pelo Coffito (Conselho Federal de Fisioterapia), que é a fisioterapia na saúde da mulher. Dentro dessa grande área, destaca-se a fisioterapia em obstetrícia. O profissional fisioterapeuta que atua na obstetrícia pode realizar uma especialização lato sensu, ou fazer uma residência.”
Sendo assim, entre as possibilidades, a fisioterapia em obstetrícia abrange o assoalho pélvico nas suas diversas etapas da vida. Esta é uma medida de prevenção e tratamento para diminuir a possibilidade de distensão e rotura.
Contudo, na gravidez, os músculos do abdome passam por um alongamento, para comportar o aumento do útero durante a gestação. Além dos ligamentos que perdem parte de sua tensão. Porém, possuem um aumento na mobilidade. Já as alterações permitem que o assoalho pélvico comporte, ao final da gestação, o peso do feto, líquido amniótico, placenta e o útero.
Funcionalidade de fisioterapia pélvica
Para a fisioterapeuta especializada em reabilitação do assoalho pélvico pela Unifesp (Universidade Federal de São Paulo) e Rolfista, Laura Della Negra, a fisioterapia pélvica possui muitos benefícios durante o pré-natal.
“Existem estudos que comprovam que, quando a mulher faz fisioterapia na gestação, diminuiu em 20 minutos o tempo do expulsivo e, além disso, tem 43% menos risco de ter laceração de terceiro ou quarto grau no pós-parto. Mulheres que fizeram fisioterapia também têm 29% menos probabilidade de ter incontinência urinária.”
Laura revela ainda que a fisioterapia não é algo pontual. Pelo contrário, ela vai além. Isso porque ela traz às pessoas que possuem impactos importantes no corpo uma maior consciência, além de boa postura e, principalmente, de não sentir dores e não ter continência fecal.
Exercícios físicos
Alexandre Delgado afirma que os exercícios físicos podem prevenir o diabetes gestacional e as síndromes hipertensivas, como a pré-eclâmpsia.
E ainda trata e previne a incontinência urinária e fecal, comum de acontecer nesse período. O treinamento da musculatura do assoalho pélvico, supervisionado por fisioterapeutas, é padrão ouro na prevenção e tratamento desses distúrbios.
Assistência fisioterapêutica
Atualmente, cada vez mais grávidas procuram a assistência fisioterapêutica para a preparação do parto. Ela inclui massagem perineal, exercícios perineais (para facilitar o melhor posicionamento fetal), exercícios respiratórios e aulas de parto com o casal, para demonstrar movimentos e posturas que eles irão utilizar em cada fase do trabalho de parto, sempre respeitando suas escolhas e preferências.
Primeira avaliação
Embora seja recomendado às gestantes, Delgado pontua que a mulher deve fazer uma avaliação para traçar os objetivos e condutas a serem seguidas. Além disso, não há um consenso quando ao período certo para iniciar o atendimento fisioterapêutico. Porém, pensando de modo prudente, seria mais indicado a assistência após o fim do primeiro trimestre gestacional, ou seja, depois das 13 semanas, conclui o profissional.
*Foto: Depositphotos