Equipes de Atenção Básica se mobilizam em relação ao quadro de mortalidade materna e infantil no estado mineiro, que deixa as autoridades de saúde preocupadas
Com o intuito de prevenir e detectar doenças em gestantes e bebês precocemente, o Ministério da Saúde orienta que as mulheres façam pelo menos seis consultas de pré-natal durante a gravidez. Sendo assim, no estado de Minas Gerais, as equipes de Atenção Básica realizaram 37,2 mil atendimentos médicos que englobam essa quantidade mínima, entre janeiro e dezembro de 2021.
Equipes de Atenção Básica
Além disso, em todo o Brasil, foram feitas 407,9 mil consultas de pré-natal no recorte de seis ou mais por gestante, no mesmo período. Os dados são do Sistema de Informação em Saúde para a Atenção Básica (Sisab).
Apesar de esta assistência estar disponível pelo SUS em todas as regiões do país, o quadro de mortalidade materna e infantil acende o alerta das autoridades de saúde. Isso porque, o Ministério da Saúde afirma que grande parte dos óbitos ocorre durante a gravidez ou por complicações durante o parto, sendo que 90% das causas, como hipertensão, hemorragia e síndromes infecciosas, são consideradas evitáveis com atenção à saúde precoce e de qualidade.
De acordo com a ginecologista, obstetra e diretora do Departamento de Ações Programáticas Estratégicas (DAPES), Lana de Lourdes Aguiar:
“O Ministério da Saúde acredita que a mortalidade materna é uma tragédia social sem precedentes. A perda de uma mãe significa a desestruturação total do núcleo familiar. Há uma frase que a gente veicula [em campanhas educativas] que diz o seguinte: ‘A cada mulher que morre, há uma família que sofre, uma comunidade que fica mais fraca e um país que fica mais pobre.”
Investimentos
Por outro lado, com o objetivo de rever esta situação, a pasta da saúde vai investir, em 2022, mais R$ 624 milhões ao financiamento atual de R$ 977 milhões para reestruturar a rede de saúde materna-infantil brasileira.
Do ponto de vista das autoridades de saúde, aprimorar a assistência oferecida da Atenção Primária à Atenção Hospitalar, desde o fortalecimento das maternidades até a criação dos ambulatórios de assistência a gestantes com alto risco para complicações, assegura à mulher o direito ao planejamento familiar, ao parto e ao puerpério e, às crianças, o direito ao nascimento seguro e ao crescimento e desenvolvimento saudáveis.
Atendimento humanizado
Lana reforça também que é de responsabilidade compartilhada pelo governo federal com estados e municípios o atendimento humanizado e mais próximo possível do cidadão.
“O enfrentamento da mortalidade materna é uma causa dos gestores nas três esferas de governo, bem como de toda a sociedade. Aos estados e municípios cabe a organização da rede de atenção materna e infantil, de modo a atender as necessidades das gestantes e puérperas, ofertar acesso ao pré-natal de qualidade, à atenção ambulatorial e à atenção hospitalar.”
Benefícios do pré-natal
Em relação ao pré-natal, este segue como um protocolo para monitoramento da saúde e bem-estar da gestante e do bebê. Inclui anamnese (histórico de sintomas narrados pelo paciente sobre determinado caso clínico), exame físico e análise de exames laboratoriais e de imagem.
Acolhimento pelas equipes de Atenção Básica
Como o acolhimento é um dos eixos e diretrizes da Política Nacional de Humanização e de Atenção Obstétrica e Neonatal do Ministério da Saúde, os profissionais de saúde preparam as mulheres para a maternidade por meio de orientações sobre hábitos de vida e higiene pré-natal. Além de conversarem sobre a importância de manter o estado nutricional apropriado e sobre o uso de medicações que possam afetar o feto ou o parto. As consultas também tratam das manifestações físicas próprias da gravidez. Elas servem de apoio psicológico para as futuras mamães e são um momento importante para a gestante tirar dúvidas e dividir preocupações e experiências.
Segundo Renata Maria de Oliveira Costa, diretora do Departamento de Saúde da Família (DESF):
“Não só financiamos as ações, como também estabelecemos diretrizes e orientações técnicas para o desenvolvimento de todas elas. Um dos nossos indicadores de desempenho é o pré-natal das gestantes. Há instrumentos e material de orientação para que as equipes se organizem e possam oferecer um bom cuidado, desde o necessário do ponto de vista de equipamento até a conduta clínica, ou seja, como tratar as patologias, doenças, como prevenir e reabilitar para esses dois grupos: mulheres e crianças.”
E ainda completa:
“Queremos evitar que crianças fiquem órfãs, quando perdem a mãe na hora do parto, e que mães não percam seus filhos por conta de uma morte infantil que seria evitável se tivesse o cuidado adequado.”
Acompanhamento do pré-natal
Já o acompanhamento pré-natal é feito em todas as Unidades Básicas de Saúde (UBS) do municípios de Minas Gerais. Para saber informações sobre as UBS, como endereço, horário de funcionamento e principais ações desenvolvidas nos serviços de Atenção Primária à Saúde (APS), acesse este link.
Para mais informações, acesse o site do Ministério da Saúde. Ou entre em contato com a Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES), pelos telefones (31) 3916-0790 e 3916-0791.
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