Diagnóstico de endometriose tardio, segundo a assistente financeira Holly Gibbs, ela levou 21 anos para receber tal diagnóstico
Recentemente, uma mulher residente de Shropshire, na Inglaterra, disse ter esperado longos 21 anos até finalmente ser diagnosticada com endometriose. Hoje, aos 34 anos, a assistente financeira Holly Gibbs relata que começou a sentir os primeiros sintomas aos 13 anos de idade. Em entrevista ao portal Femail, ela disse que tudo começou quando seus períodos menstruais duravam até seis semanas e com grandes coágulos de sangue. Entre as histórias curiosas, ela conta que com o passar do tempo ainda sofreu com dores “semelhantes a contrações” e que por vezes chegou a desmaiar.
Diagnóstico de endometriose tardio
Entretanto, alguns médicos diziam que era “normal” e que não precisava se preocupar.
“Eu era uma criança magra e ativa, mas quando cheguei à puberdade, minha personalidade e meu corpo mudaram completamente. Fiquei muito introvertida e não me sentia à vontade para contar às pessoas sobre a minha vida pessoal.”
E complementou:
“Eu não conseguia andar direito, não conseguia sentar. Deitar era doloroso, basicamente não importava em que posição eu estava, doía. As férias foram planejadas em torno da minha pílula.”
Diagnósticos diferentes ao longo dos anos
Holly disse também que passou por vários médicos até receber o diagnóstico de endometriose tardio . Entre os quais: síndrome do ovário policístico (SOP) e cistos “normais”.
Finalmente o diagnóstico correto
Porém, após 21 anos de angústia, em março deste ano, a assistente financeira foi informada que tem endometriose em estágio 4. Um exame revelou que seu ovário esquerdo está “coberto” por endometriose e fixado à pelve. Com isso, seu útero é puxado em direção ao intestino, enquanto que seu ovário direito possui um grande cisto e está preso à parede pélvica, “congelando” efetivamente sua pelve. Ela afirma que “isso nunca foi mencionado como uma possível razão para meus problemas menstruais”.
Uso de pílula
Sendo assim, agora ela teve de voltar a tomar a pílula para controlar seus sintomas e limitar as aderências da endometriose que se espalham enquanto ela aguarda a cirurgia.
Pandemia
Porém, com a pandemia, a lista de espera atual é de mais de 12 meses. Esse prazo a preocupa, pois ela não sabe se terá tempo para fazer o tratamento e poder construir a família que deseja.
Arrecadação de fundos
Diante desta incerteza, ela resolveu arrecadar fundos por meio de uma página do GoFundMe para o tratamento privado.
“Estou, atualmente, com 34 anos. Se tiver que esperar um ano para minha cirurgia, terei 35. Se eu tiver que tentar engravidar naturalmente antes de começar a fertilização in vitro, terei 36.”
Ela diz ainda sobre as estatísticas:
“Lendo as estatísticas, afirmam que se você não engravidou naturalmente nos primeiros seis a 12 meses após a cirurgia, então você precisará de fertilização in vitro, mas também há um tempo de espera para o tratamento de fertilização in vitro. Venho de uma família grande e sempre quis ter filhos. Eu perdi meu pai quando tinha 24 anos – ele tinha 53 anos – para o câncer, então estou totalmente ciente de quão pouco tempo temos nesta terra. Eu sabia que provavelmente não seria fácil por causa da minha história, mas nunca imaginei que isso aconteceria e eu estaria nesta situação. Olhando para o meu relatório da laparoscopia, as coisas não estão bem lá.”
Conscientização
Todavia, Holly pretende chamar a atenção parta a conscientização sobre a endometriose. Mas em caso dela ultrapassar a meta de arrecadação de fundos, deseja doar o dinheiro restante para instituições de caridade relevantes.
“Em média, leva sete anos e meio para ser diagnosticado com endometriose no Reino Unido, e isso simplesmente não é aceitável. Devemos pressionar por mudanças.”
O que é endometriose?
Todo mês, quando a mulher menstrua, ocorre que p endométrio, tecido que reveste o útero, descama e é expelido pelo canal vaginal.
Quem sofre de endometriose, o tecido também descama. Porém, ele segue outros caminhos e vai parar nos ovários ou na cavidade abdominal. Com a menstruação, tudo inflama e, esse deslocamento de tecido, irrita vários nervos e é o que causa tanta dor.
*Foto: Divulgação