Corpo no pós-parto envolve diversas questões, como mudanças físicas, psicológocas e até sociais
Depois que a mãe tem o bebê, uma série de fatores ocorre em seu dia a dia e do bebê. Mas, em específico ao corpo da mulher há algumas mudanças físicas, psicológicas e até mesmo sociais. Neste artigo será possível entender melhor essas questões e como encará-las.
Corpo no pós-parto
O corpo no pós-parto é um período chamado de puerpério. Esse momento da vida da mãe de um bebê recém-nascido é marcado por vários questionamentos internos. São eles: como ser mãe, emoções à flor da pele e alterações de humor.
Término desta fase
Por outro lado, muitas mães já questionam quando esta fase irá passar. Como lidar com esses sentimentos que saltam e podem ser um turbilhão de emoções no dia a dia e que também influencia o restante da casa.
O que é o puerpério?
Ele ocorre com a chegada da criança em casa e está diretamente conectado à chegada de uma mãe. Portanto, é preciso pensar o que pode ser melhorado e planejado para que a mãe também se sinta acolhida neste momento e assim sua rotina com o bebê ser mais prazerosa, emotiva e, ao mesmo tempo, prática.
Vale destacar que o puerpério dura de 45 a 60 dias após o nascimento do bebê. Ele também é chamado de “resguardo”. Este período é caracterizado por mudanças do corpo no pós-parto, hormonais e psicológicas no corpo da mãe para que ele retorne à forma anterior à gestação. Por outro lado, tais mudanças contribuem para o aumento da insegurança da mãe em relação aos cuidados do bebê. Por isso, é fundamental que a mãe conte com uma rede de apoio familiar, de amigos e pela equipe médica, que envolve também ajuda de um psicólogo, por exemplo.
Dequitação da placenta
Além disso, o começo do puerpério é marcado pela dequitação da placenta, que significa que o útero de contraiu para a saída da placenta. Trata-se de uma fase muito intensa, porque antes os cuidados eram voltados à gestante, mas agora estes cuidados são voltados ao bebê. Porém, é de suma importância também ter um olhar para a mãe e fortalecer a rede de apoio.
O que acontece no organismo da mulher no pós-parto?
A fase que vai de 45 a 60 dias como já mencionado acima. Entretanto, ele pode se estender para as mães que optam por amamentar por mais de 6 meses a criança. Não existe um dia exato para o puerpério acontecer, mas ele pode ocorrer em três etapas diferentes durante os primeiros 60 dias após o parto. Veja abaixo:
- imediato: do 1º ao 10º dia do pós-parto;
- tardio: do 11º ao 42º dia do pós-parto;
- remoto: a partir do 43º dia do pós-parto.
Trata-se de um turbilhão de emoções vinculada à flutuação de hormônios e mudanças sociais. Isso inclui noites mal dormidas e a aceitação da nova rotina. É, por exemplo, um choro que vem do nada, uma melancolia que a mãe não entende, a sensação de vazio e solidão mesmo quando se está rodeada de pessoas. Ou seja, agora fora do controle.
Sintomas
Vale destacar que os sintomas, em geral, surgem após o parto, atingem o pico, mas devem desaparecer por volta de duas semanas. Apesar de o puerpério não necessitar de um tratamento clínico, as mães devem ser prioridade neste momento. Elas devem ser amparadas, se sentirem confortáveis e seguras dentro da sua rede de apoio.
Parte psicológica
Já em relação à parte psicológica, a mãe demonstra sinais de esgotamento físico e mental, cansaço, vontade de chorar do nada, falta de libido, mudanças de humor, entre outros fatores. Já os sintomas biológicos refletem as mamas duras, cólicas, sangramento vaginal e barriga inchada.
Tratamentos
Mas a boa notícia é que há tratamentos que tornam esse período mais leve. Todavia, é preciso observar se o puerpério está dentro do limite de dias (45 a 60 dias) ou se está ocorrendo por mais tempo. Nessas situações, a mãe pode estar passando por uma depressão perinatal ou Baby Blues. Em ambas, ela precisa de um acompanhamento psicológico e psiquiátrico.
Baby blues
É uma condição marcada por estados melancólicos e regressivos, como sensibilidade emocional, choro sem motivo aparente, insegurança, ansiedade, mudanças de humor, irritabilidade, apatia e insônia.
Depressão perinatal
Já a depressão perinatal, antes chamada de depressão pós-parto, possui sintomas semelhantes ao Baby Blues, mas de forma profunda, intensa e duradoura. O episódio pode ocorrer devido a fatores como falta de uma rede de apoio, estresse durante a gravidez, problemas de relacionamento ou outros transtornos emocionais, como a ansiedade e a depressão.
Uma com esta depressão apresenta sintomas como sentimento de culpa, vontade de chorar incontrolável ou constante, perda ou excesso de apetite, tristeza, falta de esperança, preocupação excessiva com o bebê ou desinteresse e até incapacidade de cuidar da criança.
Como aliviar os sintomas dessa fase?
O puerpério já deve ser planejado durante a gravidez. Isso porque a responsabilidade de cuidar da criança não é apenas da mãe, ela também pode contar com o apoio do pai ou de outro familiar ou amigo. Por isso, cerque-se de pessoas que pensem positivo, a incentivam, estejam dispostas a colaborar de alguma forma para que possa recuperar as suas energias.
Atividades que reduzem os sintomas do puerpério:
Rotina equilibrada
A principal atividade do cotidiano que a mãe deve ter em mente neste período é que ela não deve se culpar e sim viver um dia de cada vez. Portanto, ela não é obrigada a dar conta de tudo, ela não é uma Mulher-Maravilha, e sim humana. Ao aceitar esse fato de cara, a rotina se ajeita.
Também é importante a mãe estipular um tempo para o bebê e um tempo para si. Ou seja, para cuidar de um bebê, a mãe também precisa estar bem. Sendo assim, tenha um tempo para um hobby e não negligencie sua alimentação — o acompanhamento nutricional ajuda muito nessa fase.
Atividade física
Praticar atividade física, além de ser ótima para o corpo, não pensando em recuperar o shape que tinha antes, mas sim pensando num corpo saudável, é fundamental. Além disso, se exercitar mantém a parte mental sã. E uma mãe em dia com tudo isso fica mais confiante e disposta. Mas, não se esqueça de buscar ajuda profissional para praticar atividade física corretamente e cuidando junto da alimentação. Geralmente, atividades como pilates, yoga e meditação são muito benéficas para o bem-estar.
Terapia e grupos de apoio
Esta parte é fundamental, e a mãe que conseguir participar de um grupo com outras mães que estão passando o mesmo ajuda ainda mais na nova rotina. Para aquelas que não têm condições financeiras, crie uma rede de apoio com amigas que são mães, uma pode auxiliar a outra. Dividir as dores é a solução mais recomendada para esse período, pois surge a troca de experiências.
Vale dizer que ao participar de um grupo de apoio, não tenha medo de expor suas fragilidades, medos e angústias, pois é desse modo que você se ajuda e também auxilia outras mães. As redes sociais contam com várias opções, como os grupos Mães Amigas e o Matrice, por exemplo.
Por fim, ao seguir essas recomendações é possível enxergar uma luz no fim do túnel e levar o período de puerpério com maior naturalidade, uma vez que saberá lidar melhor com essas questões que claro que não são fáceis, mas que podem ser minimizadas.
*Foto: Reprodução/https://br.freepik.com/fotos-gratis/mae-de-alto-angulo-com-bebe-em-casa_45167411.htm#fromView=search&page=1&position=8&uuid=4b0eff1d-3adb-4ea2-9b27-05090914ad89