Cigarro eletrônico para tentantes pode desencader um processo inflamatório no organismo
Os cigarros eletrônicos podem se tornar um obstáculo para quem está tentando engravidar. E isso vale tanto para as mulheres quanto para os homens. De acordo com uma pesquisa publicada pela Universidade Cumhuriyet (Turquia), o uso de cigarros eletrônicos pode diminuir a contagem de espermatozoides, além de provocar alterações morfológicas nos testículos, por exemplo.
Cigarro eletrônico para tentantes
Segundo os autores da pesquisa em relação ao uso de cigarro eletrônico para tentantes, deve-se considera que apesar de o líquido (do cigarro) ter sido introduzido como inofensivo em estudos de cessação do tabagismo, ele possui o potencial de elevar o estresse oxidativo e provocar alterações morfológicas nos testículos. Em suma, os gametas masculinos deixam de ser tão bons assim.
Além disso, as substâncias do cigarro eletrônico desencadeiam um processo inflamatório no organismo. E, no caso da mulher, isso pode tornar o corpo dela menos preparado para receber um bebê. “Se tenho um corpo mais inflamado, eu diminuo o meu potencial imunológico. Se as defesas do meu corpo estão em baixa, ele pode ter dificuldade de reconhecer a gravidez. Aí eu aumento a chance de aborto e má formação”, afirma Guilherme Loureiro Fernandes, ginecologista e obstetra especialista em medicina fetal do Hospital e Maternidade Pro Matre Paulista (SP).
Risco do cigarro eletrônico para grávidas
Por outro lado, segundo uma pesquisa realizada pelo Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC), nos Estado Unidos, que acompanhou mais de 3 mil mães, constatou que, pelo menos um terço delas havia feito uso de cigarro eletrônico pouco tempo antes, durante ou pouco tempo depois da gravidez. Boa parte delas (45,2%) fez isso porque achava que os cigarros eletrônicos eram uma “alternativa mais segura” ao uso dos cigarros tradicionais. Acontece que não é exatamente assim.
Por fim, o recomendado na gestação é não utilizar nenhum tipo de cigarro, seja tradicional ou eletrônico. Num cenário ideal, o melhor seria que, assim que descobrisse a gravidez, a mulher abandonasse de vez o hábito de fumar. É o que orienta o obstetra Braulio Zorzella, que também é representante da rede ReHuNa (Rede de Humanização do Parto e Nascimento).
“Ainda não há estudos suficientes para avaliar os prejuízos que o vape pode causar à gestação. Já é comprovado, porém, que a nicotina, uma das substâncias que mais causam dependência, tem implicações negativas para o feto, relacionadas principalmente ao crescimento intrauterino e ao desenvolvimento da função pulmonar.”
*Foto: Reprodução/br.freepik.com/fotos-gratis/dispositivo-vaping_7782326