Descubra as dicas de especialistas quando o bebê não engorda; isso inclui peso, crescimento e importantes questões de saúde
Ter no radar se o bebê está engordando e crescendo adequadamente é uma das maiores preocupações que os pais enfrentam, sobretudo no primeiro ano de vida da criança. No entanto, é importante frisar que diversos fatores influenciam esse processo, como a semana gestacional em que aconteceu o nascimento e a presença de eventuais problemas de saúde no bebê.
Podemos dizer que, a princípio, um peso de nascimento saudável seria entre 3 e 4 quilos. “No entanto, há casos considerados normais em que o recém-nascido pesa entre 2,5 e 3 quilos, o que reforça o quanto cada caso é único e deve ser analisado individualmente”, explica Mauro Fisberg, pediatra e nutrólogo, coordenador do Centro de Dificuldades Alimentares do Instituto Pensi do Hospital Infantil Sabará e professor da UNIFESP.
Bebê não engorda por que?
A avaliação do progresso da criança não é limitada apenas ao peso, ou seja, o bebê não engorda por outras questões, como o perímetro cefálico e a estatura, que são verificados para acompanhar o desenvolvimento do bebê. “Focar exclusivamente no peso pressupõe que todas as crianças evoluem da mesma maneira, o que não ocorre”, destaca Moises Chencinski, membro do Departamento de Pediatria Ambulatorial da Sociedade de Pediatria de São Paulo e idealizador do movimento “Eu Apoio Leite Materno”.
Não é preciso entrar em pânico se o bebê emagrecer inicialmente
Logo no começo da vida, é normal que o bebê venha a perder peso. Isso acontece especialmente devido à perda de líquidos, levando à desinchação do corpo. “No início, a criança reduz cerca de 10% do seu peso corporal, mas esse número logo começa a subir. No útero, o bebê está em um ambiente de trocas contínuas com a placenta e, ao nascer, ocorre a adaptação a uma nova realidade”, esclarece Fisberg.
Pesar a criança
Por outro lado, os pais também não devem se afligir na hora de pesar a criança. Mesmo tendo o receio natural de que o bebê não esteja se desenvolvendo de modo satisfatório. É essencial manter a calma e abrir um canal de diálogo com o pediatra, que avaliará todos os sinais clínicos e fará uma análise dentro da curva de crescimento da criança. Sublinhando o que foi mencionado anteriormente, os médicos associarão o peso da balança com outros fatores, como o aspecto das fezes e da urina da criança.
Médicos afirmam também que o ganho de peso de um bebê, geralmente, dobra entre o quarto e quinto mês de vida. E ao completar um ano, esse número tende a triplicar. “Cada criança tem uma curva individual, que avalia mês a mês o que ela engordou em relação aos dados da população brasileira. E existe, sim, uma variação e há desvios esperados – tanto para cima quanto para baixo. Não adianta só pesar, tem que medir e interpretar”, enfatiza o pediatra do Hospital Sabará.
Alimentação
Visivelmente, o ganho de peso do bebê está diretamente ligado à nutrição. A OMS (Organização Mundial da Saúde) recomenda que a amamentação seja exclusiva até os seis meses e, após esse período, complementada por alimentos adequados à idade da criança até pelo menos os 2 anos. “Hoje, não podemos afirmar que crianças que são amamentadas engordam mais do que aquelas que tomam fórmulas. Mas é crucial checar se elas estão sendo amamentadas na quantidade adequada”, enfatiza Fisberg.
Com a introdução de alimentos sólidos, o ritmo de ingestão de leite, seja materno ou artificial, diminui. “Normalmente, tem uma desaceleração leve que faz com que o ganho de peso seja um pouco menor no segundo semestre”, informa o professor da UNIFESP. Mas, à medida que o bebê se aproxima de seu primeiro aniversário, a expectativa é que essa velocidade diminua ainda mais.
Relação entre peso e sexo do bebê
Por fim, os especialistas concordam: apesar de a diferença ser sutil, tende-se a observar que os meninos nascem um pouco mais pesados do que as meninas. “Mas isso é pouco significativo. Temos o gráfico de peso para meninos e meninas, mas o importante é monitorar a evolução dos parâmetros de peso, comprimento e perímetro cefálico. Acompanhamos todos esses fatores”, ressalta Chencinski.
*Foto: Reprodução/br.freepik.com/fotos-gratis/vista-lateral-do-bebe-na-maquina-de-pesagem_32338854