Bebê de SC trouxe esperança em meio ao caos provocado pela pandemia desde março de 2020
No dia 19 de maio, a Secretaria de Saúde de Tubarão, no sul de Santa Catarina, informou que um bebê nasceu com anticorpos contra a Covid-19. Sua mãe, Talita Mengali Izidoro, é médica em uma unidade de saúde da cidade e foi imunizada com a vacina CoronaVac (Instituto Butantã) quando estava com 34 semanas de gestação.
Bebê de SC com anticorpos
Entre tantas histórias curiosas nesta pandemia, a vacinação de Talita ocorreu em fevereiro e Enrico nasceu no dia 9 de abril. O teste que comprovou a presença de anticorpos foi feito dois dias depois. Em seguida, o resultado foi avaliado por diferentes médicos, incluindo o secretário municipal de saúde da cidade, o obstetra que acompanhou a criança, além da mãe de Enrico e dos profissionais do laboratório que fez o exame.
Teste de neutralização SARS-COV-2
O teste de neutralização SARS-COV-2 foi realizado com amostras de sangue da criança por um laboratório catarinense e encaminhado para análise fora do Estado. O resultado revelou que as amostras eram reagentes. Ou seja, possuíam anticorpos contra o vírus. Além disso, a família decidiu encaminhar o exame para especialistas, que confirmaram o fato.
A amostra revelou 22% de anticorpos. Para o médico Daisson José Trevisol, secretário de Saúde da cidade, esse é o primeiro caso documentado da região.
Artigo científico sobre bebê de SC
Segundo um artigo científico, está em fase de elaboração, pelo programa de Pós-Graduação de uma universidade catarinense. Ela irá documentar e publicar. Participam do estudo a gerente e o secretário de Saúde do município, pesquisadores da universidade e a própria mãe.
Acompanhamento
Enrico será acompanhado e passará por novos exames com três e seis meses de vida. O intuito é avaliar se ele continua com a presença dos anticorpos no sangue. Isso porque a duração da proteção do anticorpo em um bebê ainda é desconhecida, afirma o secretário.
“Com o aleitamento espera-se que aumente ainda mais os níveis [de anticorpos]. É isso que vamos verificar posteriormente.”
Apesar do resultado de neutralização do vírus, a família não relaxou nos cuidados, revela a mãe. Enrico é o segundo filho de Talita e, agora, o mais novo irmãozinho da Isabela, de 6 anos.
Imunização
A decisão de se vacinar, segundo Talita, foi tomada em conjunto com o médico obstetra que acompanhava a família. Talita trabalha na linha de frente no Posto de Saúde do bairro Morrote e não deixou de atuar durante a gestação. A médica não pegou Covid-19 nem antes e nem durante a gravidez, explica.
“Foi feito com a Coronavac, que é de vírus inativado e eu tomei no terceiro trimestre, que é quando o bebê já está formado e os riscos diminuiriam ainda mais. Meu obstetra foi fundamental a decisão e me deixou super tranquila. Na época o Ministério da Saúde recomendava que as gestantes só poderiam tomar se tivessem com atestado recomendando e se tivesse na linha de frente como, aconteceu comigo.”
Talita recebeu a segunda dose 15 dias após a primeira aplicação.
“Não tive medo algum, pois como médica estava na linha de frente e a vacina traria muitos mais benefícios.”
*Foto: Divulgação