Anemia na gravidez é comum na gestação, por conta da deficiência nos níveis de hemoglobina e que pode trazer riscos para mãe e bebê
A anemia atinge em torno de 40% das gestantes no mundo, segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS). A questão é caracterizada pela deficiência na concentração da hemoglobina ou na produção de hemácias, células responsáveis por transportar o oxigênio pelo organismo, e é especialmente comum durante a gravidez por causa de transformações naturais que o corpo da mulher passa nesse período.
Anemia na gravidez – o que dizem os especialistas
Segundo especialistas, para entender os sintomas, tratamentos e fatores de risco da anemia na gravidez. Confira:
A anemia é um quadro frequente na gravidez?
Ela é bastante comum durante a gestação devido a diversos fatores, como o aumento de volume de sangue no corpo da gestante e a necessidade maior de nutrientes para mãe e bebê. O problema pode ser facilmente identificado através de exames de sangue.
Principais sintomas da anemia na gravidez
Os sinais variam conforme a gravidade da doença. Inicialmente, é comum observar cansaço, indisposição, sono excessivo, mucosas descoradas, especialmente as dos olhos, e com a progressão da doença, apatia, unhas e cabelos quebradiços, pele com viscosidade menor e, em alguns casos, até falta de ar.
Isso acontece porque a anemia é caracterizada por uma deficiência de hemácias, que são células responsáveis pelo transporte de oxigênio para os tecidos. Na tentativa de compensar a falta de oxigênio, o organismo naturalmente pode buscar aumentar o fluxo sanguíneo, provocando também taquicardia.
Tipos de anemia nas gestantes
Em mais de 90% dos casos nas gestantes, o tipo de anemia é a ferropriva. Ela é provocada pela deficiência na ingestão de ferro, um mineral muito importante na formação das hemácias. Outros tipos são a anemia de folato e deficiência da vitamina B12. Além disso, há casos hereditários, que alteram a estrutura das células do sangue, como a talassemia e a anemia falciforme. Contudo, tais anemias de caráter hereditário têm tratamentos específicos, independentes da gestação.
Quem está mais sujeita a ter?
As principais causas de anemia por deficiência de ferro na gravidez são:
- baixas reservas do mineral antes de engravidar;
- ter condição inflamatória que afeta a capacidade do intestino de absorver o ferro dos alimentos, como a doença de Crohn;
- apresentar uma demanda maior do que a média de ferro, por exemplo, casos de gestações de gêmeos ou trigêmeos;
- e ter menos de 20 anos ao engravidar ou dar à luz menos de um ano após o último parto.
Possui tratamento?
Depende do grau. Se for uma deficiência leve de ferro e minerais, pode ser feita suplementação alimentar e o quadro evoluir bem durante o pré-natal. Todavia, em caso de a mulher tiver uma anemia mais grave, às vezes, é necessário fazer suplementação endovenosa. Ou seja, direto na veia ou até mesmo passar por uma transfusão de sangue.
Riscos da anemia para mãe e bebê
Além de sintomas que atrapalham a rotina da mulher, a anemia traz uma queda da imunidade, que pode aumentar o risco de contrair outras doenças. Para os bebês, os maiores riscos são parto prematuro, baixo peso ao nascer, e alterações no desenvolvimento neurológico.
E ainda vale destacar também que o ferro é importante para a formação de órgãos como a placenta. E se a anemia for significativa, pode prejudicar a transmissão de uma boa quantidade de oxigênio para o bebê, levando à restrição de crescimento do feto dentro do útero.
A anemia pode aumentar o risco para a cesárea ou parto normal?
Por fim, a perda de sangue estimada no parto normal é de 500 ml a 700 ml e, na cesárea, pode chegar ao dobro disso. Sendo assim, apesar de não ser contraindicada, a cesárea apresenta mais risco para aquelas pacientes que apresentam anemia durante toda a gestação e podem ter um agravamento do quadro após a cirurgia. Portanto, é necessário ficar atento, pois uma transfusão de sangue para corrigir a anemia após a operação pode ser necessária em casos graves.
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