Pré-natal de mulheres indígenas foi evidenciado em estudo do Primeiro Inquérito Nacional de Saúde e Nutrição dos Povos Indígenas
Segundo um estudo realizado com 3.967 gestantes e puérperas, apenas 30% das mulheres indígenas aldeadas iniciam o acompanhamento com o obstetra no primeiro trimestre de gravidez. O pré-natal de mulheres indígenas do Brasil ainda não é uma realidade para todas elas. Atualmente, 14% delas sequer chegar a realizar qualquer consulta pré-natal.
Pré-natal de mulheres indígenas
O estudo integra o Primeiro Inquérito Nacional de Saúde e Nutrição dos Povos Indígenas. Participaram da pesquisa mulheres indígenas com idades entre 14 e 19 anos, com filhos menores de 5 anos.
Além disso, o pré-natal de mulheres indígenas ocorreu para apenas 16%, que fizeram sete ou mais consultas de pré-natal. Isso porque, elas têm menos acesso a especialistas durante a gestação e ainda fica, para trás quando o assunto são vacinas e exames. Em outra fase da pesquisa revelou que somente 60% foram vacinadas contra difteria e tétano, e 53% receberam pedidos de exames laboratoriais.
Divulgação de vídeo
No fim de setembro, o periódico “Cadernos de Saúde Pública” (CSP) divulgou um vídeo sobre os desafios de oferecer um pré-natal adequado às mulheres indígenas que vivem em aldeias no país. A animação aborda os principais resultados do artigo científico e também traz entrevistas da autora do artigo e pesquisadora da Fiocruz Amazônia, Luiza Garnelo, e de Braulina Baniwa, líder indígena. Para Luiza Gamelo:
“A não realização de exames e o início tardio [do pré-natal] têm implicações muito negativas na taxa de mortalidade materna e infantil [entre os povos indígenas]. As razões para isso são insuficiência no número de equipes, rotatividade muito elevada no subsistema de saúde indígena (…) e um baixo investimento na qualificação desse tipo de cuidado à saúde.”
*Foto: Reprodução/YouTube