Recorde de nascimentos na pandemia chegou a 4.895 em 22 de setembro, nas 53 cidades da 10ª Região Administrativa do estado paulista, segundo dados da Arpen-SP
Mais de 100 anos separam a Gripe Espanhola (1918) da atual crise sanitária em razão do avanço do novo coronavírus em todo o mundo. Em contrapartida, também houve um boom de novas grávidas neste período. Sendo assim, teve um recorde de nascimentos na pandemia, no estado de São Paulo. Entre 24 de março e 22 de setembro deste ano nasceram 4.895 crianças, na 10ª RA (Região Administrativa) do Estado de São Paulo. Os dados são da Arpen-SP (Associação dos Registradores de Pessoas Naturais do Estado de São Paulo), cuja sede fica em Presidente Prudente.
Recorde de nascimentos na pandemia
Quem nasceu durante este período terá histórias curiosas contadas por suas mães de como eles chegaram neste mundo em um momento tão delicado de nossa existência.
O recorde de nascimentos na pandemia já ultrapassa mais de 5 mil desde 22 de setembro. Desde o início do período de isolamento social, muitas mães temem o que está por vir. Já houve diversas mudanças nos protocolos sanitários realizados em hospitais e maternidades, além das preocupações com o estado de saúde do recém-nascido em casa. Todavia, tais relatos devem compor em um futuro não tão distante os livros de história.
Média de registro recorde de nascimentos
Em média, durante os 182 dias que integram as pesquisas, nasceram 27 crianças por dia nos 53 municípios da região de Prudente. Já o maior número está na capital do oeste paulista, com 1.475. E o menor, em Pracinha, com apenas quatro nascimentos.
Choros, risadas, famílias realizadas
Mesmo assim, atrás destes índices encontramos nomes, risadas e famílias realizadas. É o caso dos pequenos Guilherme e Laura. Eles nasceram respectivamente em 10 e 18 de agosto. A dupla pode dizer daqui a alguns anos que: “Sim, eu nasci durante a pandemia que parou o mundo”.
Indecisões
Até o momento, as histórias divertidas ou nem tanto são contadas pelos pais dos pequenos. Ambas as gestantes ainda estavam curtindo esta fase, quando em 21 de março de 2020, o governador João Doria (PSDB) declarou quarentena em todo o estado paulista.
Na ocasião, a designer de interiores, Ana Carolina dos Santos Souza, 29 anos, revela que antes da pandemia já sofria com transtornos de ansiedade:
“No começo fiquei com medo de todo mundo morrer, eu por estar gestante, minha mãe por ser hipertensa, meus avós por serem idosos.”
Ela ainda complementa:
“De todos os cenários possíveis, eu nunca pensei em uma pandemia durante minha gestação.”
Todos estes momentos de incertezas vividos ao lado de seu marido, o personal trainer Gabriel Souza, cresciam diariamente, ainda mais por serem pais de primeira viagem.
Uso de máscara na quarentena
O mesmo ocorreu com a auxiliar administrativa Maria Silvana Filgueira da Silva, 30 anos, mãe da Laura:
“Eu trabalho com público e meu esposo [Fernando Arenales de Souza Pinto] também, ele é dono de um restaurante, então, no início tinha o risco de estar com alguém contaminado. Depois, passei três meses da pandemia em home office, então, nesse ponto foi bom, porque tive gravidez mais tranquila.”
Por fim, ela salienta que outro problema de sua gestação foi devido ao uso obrigatório de máscara. Por conta da gravidez, ela já sentia certa falta de fôlego e que se agravou com o uso da máscara.
Confira neste link o número de nascimento em cada município que compõe a 10ª RA (Região Administrativa) do Estado de São Paulo.
*Foto: Acervo pessoal