Quando a mulher descobre que está grávida, além da emoção, vem também uma certa insegurança em relação à sua carreira. Porém, às vezes, acontece o efeito contrário. Neste caso, há histórias de mães promovidas na licença-maternidade. Neste artigo, contaremos algumas delas.
O período atual de pandemia tem sido curioso em alguns aspectos, e um deles envolve mulheres que também são mamães.
Mães promovidas na licença-maternidade
Não é à toa que muitas mulheres ficam nervosas ao comunicarem seus chefes que estão esperando um bebê. Isso ocorre porque, de acordo com uma pesquisa divulgada pela FVG (Fundação Getúlio Vargas) em 2018, revelou que no Brasil metade das mães perde o emprego até dois anos depois de voltar da licença-maternidade.
A maior parte das demissões ocorre sem justa causa e por iniciativa do empregador. Além disso, o estudo mostra que os relatos de mulheres que foram demitidas por se tornarem mães, envolvem hostilidade por parte de supervisores e de colegas de trabalho, além de inflexibilidade nas regras da empresa para garantir suas necessidades, enquanto gestantes ou lactantes.
Histórias que valorizam mães promovidas na licença-maternidade
Entre as tantas histórias de mães promovidas na licença-maternidade está a da Michelli Buzogany Eboli, 32. Em entrevista ao site Universa ela conta que ao descobrir a gravidez ficou receosa, pois trabalhava como designer apenas há três meses em uma empresa de seguros. Ela revela que até chorou no momento de falar com o RH. Mas para sua alegria, pouco tempo após o nascimento de sua filha, Aurora, recebeu uma ligação da empresa dizendo que tinha acabado de ser promovida.
O caso curioso não termina por aí. Michelli foi a primeira funcionária da startup de seguros Pier a engravidar. Portanto, a notícia causou alegria em toda a equipe, ela afirma:
“Durante a gestação, tive liberdade para comparecer as consultas médicas e realizar os exames. Substituindo o chá de bebê tradicional, meus colegas organizaram uma vaquinha.”
Todavia, a surpresa maior veio mesmo em meio à licença-maternidade, ela relembra:
“Anualmente, recebemos um feedback dos líderes sobre nosso desempenho, mas não pude participar porque já estava afastada. Apesar disso, depois que a empresa realizou o procedimento com os funcionários, recebi uma ligação informando que estava sendo promovida. No mês seguinte, já tive um ajuste salarial.”
Sendo assim, Michelli se sente muito valorizada e surpresa por ser lembrada pela empresa, mesmo dedicando-se mais à sua filha.
Mercado de trabalho
Já a história de Thais Nicolau teve um desfecho que não foi exatamente uma surpresa para ela, em razão dos valores seguidos pela empresa onde trabalha. A então gerente de comunicação e inovação no Burger King Brasil afirmou o seguinte quando soube de sua primeira gravidez:
“Estava com 36 anos e já tinha aproveitado bastante meu casamento. Então, meu marido e eu decidimos que era o momento.”
No caso de Thais, ela não teve receio ou medo, pois sua carreira já era bem estruturada:
“Grande parte das mulheres da empresa é formada por jovens de até 28 anos. Pelo fato de eu ser mais madura, acredito que meu caso tenha servido até como uma inspiração.”
Thais decidiu adiantar processos importantes para que pudesse executar antes do nascimento do filho. Além disso, se tornou mais regrada com os horários. E nada de ficar trabalhando até mais tarde, pois sabia que seria importante depois da chegada do bebê. No meio de sua licença-maternidade, em janeiro, ela recebeu ligação de seu chefe, comunicando a criação de uma nova camada de diretoria. Para ela não foi surpresa ser indicada ao cargo de diretora de marketing, mesmo estando afastada da empresa naquele momento:
“Sabia que eventualmente esta reestruturação poderia acontecer e acreditava ser a pessoa mais indicada à vaga. Para mim, ser promovida durante a licença foi algo especial, que reforça a minha competência, ainda mais por trabalhar em uma empresa de cultura meritocrática, na qual a pessoa que apresenta os melhores resultados é mais reconhecida.”
A importância da promoção durante a licença-maternidade
Para a coach e conselheira na área de recursos humanos, Bia Nóbrega, a importância de reconhecer uma funcionária em seu período de licença-maternidade é um ponto positivo para a empresa também:
“Os demais membros percebem o quanto as lideranças são capazes de reconhecer e valorizar as competências da equipe. Além disso, quando uma mulher é promovida, independentemente de estar afastada temporariamente, isso contribui para a diversidade no mercado de trabalho, uma vez o percentual feminino em níveis hierárquicos superiores aumenta.”
Por fim, Bia destaca que a profissional, ao saber da promoção ainda em período de afastamento, consegue se preparar melhor para o novo desafio que a aguarda. Além de desempenhar suas funções de forma mais eficiente ao retomar seu dia a dia.
*Foto: Divulgação