Sobrecarga da maternidade está aliado a um estresse diário e que precisa de tratamento
Quando a mulher se torna mãe vem uma grande cobrança e esgotamento diário. Além disso, no período da pandemia, muitas mulheres se tornaram mães em um momento mais difícil ainda de nossa sociedade. Não é de hoje que ouvimos o termo Burnout materno, que reflete um esgotamento mental em excesso.
Por outro lado, segundo a enfermeira do SUS, Nathalia Belletato, ainda no período de gestação o estresse pode influenciar também no desenvolvimento neurológico e emocional do feto. E isso pode acarretar num risco de a criança ter problemas de comportamento no futuro.
Sobrecarga da maternidade
Esta sobrecarga da maternidade pode estar associada a duplas e até terceiras jornadas de trabalho que carregam. Com a chegada do bebê em casa, a mãe também enfrenta mudanças hormonais e físicas que seu corpo passará ao longo do puerpério. Apesar da felicidade pela chegada de um novo membro, é uma tarefa bastante árdua cuidar de uma criança.
Portanto, é muito importante que essa mãe tenha uma rede de apoio familiar e de amigos, assim como também contar com a ajuda de profissionais.
Papel da mãe na sociedade
Não é de hoje que as mulheres assumem a maior parte das responsabilidades de cuidado dentro das famílias e comunidades. Segundo uma pesquisa da Oxfam Brasil, todos os dias, meninas e mulheres em todo o mundo dedicam mais de 12 bilhões de horas ao cuidado não remunerado. Além de serem subvalorizadas e inviabilizadas na economia tradicional.
Todas essas trabalhadas e não remuneradas, vinculadas ao ato de cuidar de outras pessoas e do ambiente, é demoninada de Economia do Cuidado.
Trabalho remunerado
Contudo, o estudo, intitulado Tempo de Cuidar, revelou que se esse trabalho fosse remunerado, ele representaria mais de 10 trilhões de dólares anuais. Trata-se de quase três vezes o valor que a indústria de tecnologia injeta da economia mundial a cada ano.
Falta de autoestima e autonomia das mulheres
Em contrapartida, a falta de reconhecimento e apoio para essas tarefas podem minar a autoestima e a autonomia das mulheres, prejudicando ainda mais seu equilíbrio emocional.
Burnout materno
O Burnout materno é uma condição de esgotamento físico, emocional e mental semelhante ao que ocorre nas situações de trabalho formal gerado por uma sobrecarga de responsabilidades e estresse. Tudo isso pode levar a uma série de problemas como depressão, ansiedade e estresse pós-traumático.
O burnout na maternidade se manifesta de diversas formas. Isso inclui: fadiga crônica, mesmo após dormir o suficiente, irritabilidade, com uma agressividade fora do habitual, falta de motivação, sentimentos de desesperança e isolamento social. O esgotamento diário faz com que mães ou outras pessoas envolvidas em cuidados enfrentem dificuldades até para encontrar alegrias nas atividades que antes traziam satisfação.
Medidas para reduzir o risco de Burnout e outros transtornos mentais:
- Garantir que o trabalho de cuidado seja distribuído de modo mais equitativo entre os gêneros;
- Expandir as discussões sobre licença parental, creches acessíveis e serviços de cuidado de longo prazo;
- Reconhecer e valorizar o trabalho de cuidado não remunerado;
- Criar espaços de apoio, serviços de aconselhamento e programas de educação sobre saúde mental.
Por fim, ao seguir estas medidas para apoiar as mães, toda a sociedade se beneficiará em termos de saúde e bem-estar.
*Foto: Reprodução/https://br.freepik.com/fotos-gratis/estilo-de-vida-da-mulher-que-passa-pela-maternidade_94964597.htm#fromView=search&page=1&position=6&uuid=e2c8e62f-2ae0-45bd-bcbb-d27d62d3d4f4