Muitas pessoas ainda confundem o procedimento de inseminação artificial com fertilização in vitro. Neste artigo, vamos explicar como funciona, quais os riscos e preços. Este método é bastante utilizado e há muito mais tempo do que se imagina, com o propósito da mulher conseguir engravidar.
O que é inseminação artificial?
A inseminação artificial é um método de fertilização que consiste na introdução de espermatozoides diretamente no útero feminino,
A inseminação artificial é um método de fertilização, em que são colocados espermatozoides diretamente no útero feminino. O procedimento é feito de maneira artificial, durante o período fértil da mulher, ou seja, quanto ela está ovulando.
No entanto, existe uma confusão em relação ao procedimento de fertilização in vitro, em que a fecundação do óvulo pelos espermatozoides acontece em um ambiente controlado, fora do corpo da mulher. Depois da fecundação, o embrião é reinserido no útero para que a gestação continue. Portanto, ele é diferente da inseminação artificial, em que a fecundação é dentro desde o início.
Primeiro procedimento ocorreu em 1884
Além disso, o método de inseminação artificial visa facilitar a união dos gametas e a posterior formação do embrião. Apesar de o procedimento só ter surgido no Brasil na década de 1970, o primeiro teste ocorreu nos Estados Unidos, em 1884. Sendo assim, durante muitos anos esta era única opção para os casais que apresentavam algum problema de fertilidade, mas que ainda pretendiam ter filhos.
Como é realizado o procedimento?
O passo a passo do procedimento é simples. Primeiro, o homem coleta uma porção de sêmen, em casa ou em laboratório, por meio da masturbação. Em seguida, o laboratório seleciona as amostras de sêmen, que são separadas conforme a qualidade e a mobilidade dos espermatozoides, de forma que restem somente as células mais saudáveis.
No caso da mulher, são receitadas substâncias que tem por finalidade induzirem a ovulação. Elas são bastante usadas no método de coito programado. E ainda podem ser ingeridas via oral ou por injeções. Além disso, durante o processo de estimulação da ovulação, é essencial fazer um acompanhamento médico de ultrassom seriado, para identificar se houve crescimento dos folículos (estruturas que protegem os óvulos).
A partir do encontro dos folículos, a mulher ingere um medicamento específico para estimular a liberação dos óvulos. Portanto, quando ela se encontrar em processo de ovulação, é feita a introdução dos espermatozoides no interior do útero.
Tal procedimento acontece em clínicas de reprodução humana e funciona de modo similar ao exame de Papanicolau. Na prática, é inserido um bico de pato na vagina da mulher e em seguida um fino cateter por onde passarão os espermatozoides. Já o posicionamento dos aparelhos é realizado por ultrassom, de forma que há algumas variações conforme a colocação das células.
Tipos de inseminação artificial
Existem dois tipos: a intracervical (IC) e a intrauterina (IU). Na primeira, os espermatozoides são injetados no cérvix por meio de uma seringa. Ela consiste em simular o modo como o pênis deposita o esperma no momento da ejaculação. Já a segunda, os melhores espermatozoides são tratados e depositados diretamente no útero. Sendo assim, ele possui algumas vantagens em relação ao primeiro método, como não precisar da presença do muco cervical, que ajuda na movimentação dos espermatozoides.
Portanto, na inseminação intrauterina as chances de fecundação aumentam pelo fato de ter maior presença de boas células próximas ao óvulo.
Ainda existe um terceiro tipo de inseminação artificial, chamada de intratubária, em que o espermatozoide é depositado na trompa de Falópio. O depósito de esperma também pode ser feito de modo intraperitoneal, feita na cavidade abdominal, que é pouco utilizada; e por fim, na intrafolicular, depositada diretamente no folículo.
Valores de uma inseminação artificial
O preço de uma inseminação artificial pode variar. Porém, na média do mercado de clínicas de reprodução assistida, é possível realizar o procedimento, sem a inclusão dos medicamentos, por preços partem de R$ 2.500 e podem chegar a R$ 3.000. Comparado ao valor de uma fertilização in vitro, que pode custar R$ 20 mil, o método de inseminação artificial acaba sendo relativamente acessível para muitas mulheres.
Quem pode realizar este método de inseminação?
O tratamento de inseminação artificial é indicado aos casais, em que o homem apresenta algum tipo leve de alteração nos espermatozoides, como células lentas e com dificuldade de locomoção.
Ela também é indicada às mulheres que possuem algum tipo de alteração uterina, como endometriose leve. Além disso, neste caso, a inseminação pode ser feita também com espermatozoides originários de bancos de doação. Essa opção atende principalmente a mulher que não tem parceiro, ou quando ele não tem os gametas, ou ainda quando o casal é homoafetivo.
No entanto, nada impede que o procedimento de inseminação artificial seja realizado por qualquer outra pessoa que não apresente um quadro de infertilidade. Em suma, são casais que buscam este método como uma forma de controlar, rigidamente, o começo da gestação.
Quais são os riscos?
Um dos principais riscos da inseminação artificial é resultar em uma gravidez gemelar, ou seja, com gêmeos. A chance de isso ocorrer é de quase 15%, índice considerado alto pela classe médica. O risco se dá pelo fato de envolver uma gestação com múltiplos bebês, que requer um maior cuidado no pré-natal, além de causar partos prematuros na maioria dos casos.
Por fim, outro grande risco é a possibilidade de desenvolvimento da Síndrome da Hiperestimulação do Ovário (SHO). Com isso, haveria uma produção exagerada de estradiol, hormônio proveniente dos ovários, que eleva o inchaço e as chances de a mãe desenvolver trombose na gestação. Em contrapartida, este é um quadro pouco frequente nos procedimentos de inseminação, já que eles consistem em um tratamento controlado e com baixas dosagens de hormônio.
*Foto: Reprodução/Flickr – CNJ