Atenção primária na Sesa CE contou com Oficina de Qualificação do Pré-Natal na última quinta-feira (13)
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), a hipertensão na gravidez ainda é a principal causa de morte materna no Brasil. Para prevenir o problema e aprimorar as consultas durante o período de gestação, a Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa) promoveu na última quinta-feira (13), a Oficina de Qualificação do Pré-Natal na Atenção Primária à Saúde.
Atenção primária na Sesa CE
O evento de atenção primária no Sesa CE, que ocorreu no Centro Universitário Estácio Via Corpvs, foi voltado aos coordenadores municipais da Atenção Primária à Saúde e demais gestores dessa área de saúde e bem-estar, e contou com palestras no período da manhã. Durante a tarde, os participantes se reuniram em grupos de trabalho para elaborar um documento que dê base à construção de um plano de ação contendo protocolo, fluxo assistencial e capacitação de profissionais nessa área específica.
De acordo com a titular da Secretaria Executiva de Atenção Primária e Políticas de Saúde (Sepos) da Sesa, Vaudelice Mota, os índices de mortalidade materna e prematuridade indicam a necessidade de aprimoramento nas consultas de pré-natal.
“A mortalidade materna vinculada à hipertensão aponta para um pré-natal de baixa qualidade. Com o uso de tecnologias leves, é possível acompanhar a pressão das gestantes. Além da hipertensão, outro problema que leva à prematuridade e pode ser facilmente tratado é a infecção urinária na gravidez.”
Sobre a frequência de hipertensão na gestação
Já para o professor de Obstetrícia da Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Ceará e gerente de Atenção à Saúde da Maternidade Escola Assis Chateaubriand (Meac), Edson Lucena, reduzir a frequência da hipertensão na gestação pode impactar em vários indicadores ligados à saúde materno-infantil.
“A hipertensão é a principal causa de morte materna no Brasil e no Ceará e responde por cerca de um terço da prematuridade do Estado. Isso também impacta diretamente na mortalidade infantil, além de aumentar a chance de doenças cardiovasculares na terceira idade. Portanto, é premente que reduzamos a frequência da hipertensão na gestação para gerar um impacto em todos esses indicadores.”
Ouvir as mulheres gestantes na atenção primária na Sesa CE
Além disso, para a coordenadora de Atenção Primária à Saúde da Sesa, Thaís Facó, é importante que os profissionais que lidam diretamente com as gestantes durante o pré-natal ouçam as mulheres e registrem os índices de pressão arterial.
“O médico e o enfermeiro precisam escutar melhor as pacientes porque nem sempre apenas a pressão arterial de 14 por 9 indica hipertensão na gravidez. Por exemplo, uma mulher que tenha pressão baixa no início da gravidez e venha a apresentar uma pressão 12 por 8 já configura um caso de hipertensão. Isso pode ser atestado com a aferição da pressão, que é um procedimento simples, assim como o exame sumário de urina, que tem baixo custo e previne a prematuridade.”
Dificuldades de cada região
Contudo, Thais Facó também esclareceu que esse evento permitiu uma escuta das dificuldades de cada região.
“Com a oficina, poderemos elencar os principais desafios e assim elaborar ações para um plano mais eficiente.”
Principal aprendizado da oficina
Por fim, a enfermeira Jaziane Siqueira, coordenadora da Atenção Básica no município de Itaitinga, na Região Metropolitana de Fortaleza, destacou o principal aprendizado dessa oficina.
“Nós percebemos que é importante conscientizar os profissionais que lidam diretamente com a gestantes para evitar falhas em ações simples que podem salvar vidas, como registrar os índices de pressão arterial e atentar para sintomas como visão turva, que podem indicar pré-eclâmpsia, entre outros. Iremos replicar esse aprendizado com os profissionais da cidade.”
*Foto: Depositphotos