Cérebro da mulher gestante sofre alterações a fim de reforçar a relação de mãe filho
A gravidez é um momento muito importante na vida da mulher e segue sendo um desejo bastante comum. Porém, além das mudanças físicas que ocorrem durante esse processo, também acontecem alterações no cérebro para que a mulher possa se tornar uma mãe.
Cérebro da mulher gestante
De acordo com um estudo feito pelo Centro Médico da Universidade de Amsterdã, publicado na revista científica Nature Communications, o cérebro da mulher gestante gera um aumento significativo de hormônios esteróides em seu corpo, o que faz com que ocorram alterações.
Ainda segundo o artigo:
“A gravidez leva a mudanças seletivas e robustas na arquitetura neural e na organização das redes neurais […] Essas alterações neurais se correlacionaram com os hormônios da gravidez, principalmente o estradiol do terceiro trimestre […] Esses achados sugerem que existem modificações seletivas relacionadas à gravidez na estrutura e função cerebral que podem facilitar os processos maternos periparto de relevância fundamental para a díade mãe-bebê.”
Adoção
Por outro lado, cientistas descobriram que até mães e pais adotivos também desenvolvem mudanças nos seus cérebros em consequência do cuidado com os filhos. Isso ocorre pelo fato de querer ter um filho, e assim também há uma alteração na estrutura do cérebro.
Ainda em relação a pais adotivos, a jornalista científica da BBC Melissa Hogenboom entrevistou diversas especialistas dedicadas a estudar os efeitos de ter filhos sobre o cérebro.
“As drásticas alterações dos níveis hormonais durante a gravidez influenciam o cérebro da mulher, preparando-a para a maternidade”, segundo Pilyoung Kim, professora de psicologia da Universidade de Denver, nos Estados Unidos. “Descobrimos que, nos primeiros meses do período pós-parto, o cérebro das mães aumenta de tamanho.”
Proteção de mãe para filho
Além disso, de acordo com o Pós PhD em neurociências, Fabiano de Abreu Agrela, essas alterações no cérebro colaboram para que a mãe possa compreender e proteger melhor seu bebê.
“As mudanças demonstradas pelo estudo convergem para a modulação da mulher para se tornar uma mãe, por exemplo, a falta de memória que diversas mulheres relatam é fruto da sua atenção mais direcionada ao bebê, que a faz notar menos detalhes externos a ele.”
Cérebro da mulher gestante gera alterações mais intensas
Por fim, o estudo revela que as mudanças mais intensas foram notadas no córtex pré-frontal medial, área do cérebro responsável pelo desenvolvimento de planos e objetivos. Isso tudo indica que o cérebro da mãe se molda para coordenar melhor suas habilidades em prol de um objetivo. Ou seja, proteger o bebê e compreender melhor os seus sinais.
*Foto: Depositphotos