Infertilidade secundária é a dificuldade de engravidar após já ter tido um filho; entretanto, nem toda “demora” para engravidar é sinal de infertilidade
É comum mulheres relatarem terem dificuldade para engravidar pela segunda vez. Conhecida como infertilidade secundária, o fato diz respeito a quem já conseguiu engravidar antes e agora não consegue. Entretanto, nem toda “demora” para engravidar é sinal de infertilidade.
É o caso da atriz Débora Secco, que já é mãe da pequena Maria Flor, de 7 anos. Porém, agora, aos 43 anos, tenta engravidar pela segunda vez, sem sucesso, explica:
“Dois anos sem remédio, mas a criança não vem.”
A seguir, conheça as possíveis causas para este fenômeno.
O que é infertilidade secundária?
Se anteriormente você já engravidou de forma espontânea, ou seja, sem necessidade de nenhum tratamento de fertilidade, e agora, ao tentar uma nova gestação, está enfrentando dificuldades, pode ser que esteja vivenciando um quadro de infertilidade secundária. Além disso, mesmo em relação a casos que a primeira gravidez é resultado de tratamento, a razão da demora na segunda tentativa pode ser distinta. Portanto, é de suma importância identificar as possíveis causas.
Gestação espontânea
Todavia, as chances de gestação espontânea em casais sem nenhum tipo de dificuldade para engravidar podem ser entre 15% e 20%. Mas podem ser menores a depender da idade da mulher. Sendo assim, é natural que nem sempre a concepção se concretize já nas primeiras tentativas.
Por outro lado, algumas situações podem ser um indicativo de alerta para que o casal busque ajuda para investigar as razões pelas quais a segunda gestação está demorando mais do que o previsto. Confira as principais a seguir as principais:
Idade
Quando a mulher engravida pela primeira vez, geralmente, ela é mais jovem. Mas, a partir dos 35 anos, ela entra na fase de declínio reprodutivo, o que dificulta a concepção por conta da quantidade e qualidade de seus óvulos podem não ser mais as memas.
E não é apenas a mulher que poder ser afetada pela redução da qualidade ou quantidade de óvulos. O homem também pode enfrentar este problema, no caso, sobre a qualidade ou motilidade dos espermatozoides.
Abortos espontâneos
Após duas perdas gestacionais é recomendável investidar a causa. Há varias razões que levam levar a um aborto espotâneo, o que inclui: alterações anatômicas ou genéticas e questões hormonais ou associadas a fatores de coagulação, que necessitam de tratamento de modo adequado.
Alterações no ciclo menstrual
Sintomas como irregularidade menstrual ou ausência de menstruação (amenorreia), e cólicas intensas devem ser avaliados. Eles podem indicar desde problemas hormonais, que dificultam ou impedem a ovulação, até a presença de doença inflamatória pélvica ou outras doenças na mulher, que podem provocar dor.
Diagnóstico de DST
Se o casal ou um dos parceiros já tiver sido diagnosticado com uma doença sexualmente transmissível, mesmo que no passado, é importante uma investigação mais profunda. Em seguida, ocorre a avaliação do tratamento mais adequado. Ele pode prevenir possíveis complicações que resultariam em dificuldades de engravidar. Por exemplo, no caso das mulheres, uma doença inflamatória pélvica não tratada pode levar à obstrução tubária (e torna-se mais precisa).
Causas da infertilidade secundária
Uma análise minuciosa deve ser feita para identificar os possíveis fatores envolvidos. Em suma, as causas de infertilidade secundária são semelhantes às primárias.
Porém, pode também ter ocorrido alguma mudança no sistema reprodutor feminino ou masculino, que justifique a dificuldade de atingir a segunda gestação. Com isso, a fertilidade pregressa não garante fertilidade atual, e as possíveis mudanças no quadro devem ser investigadas.
Principais causas que podem levar à infertilidade secundária:
- Obstrução nas trompas de Falópio — pode ocorrer em função de alguma infecção, cirurgia ou desenvolvimento de endometriose;
- Síndrome dos Ovários Policísticos (SOP) — não impedem necessariamente a concepção, mas podem dificultar devido à presença de ciclos anovulatórios;
- Pacientes que tenham feito laqueadura tubária ou vasectomia e desejam nova gestação;
- Menopausa precoce;
- Alterações na produção de espermatozoides, evidenciadas pelo espermograma.
Estilo de vida do casal
O estilo de vida do casal também pode influir na fertilidade. Questões ligadas à alimentação, obesidade, tabagismo e consumo de álcool e outras drogas podem, de certo modo, afastar cada vez mais o sonho de aumentar a família.
Por fim, se após algum tempo de tentativas — geralmente um ano quando a mulher tem menos de 35 anos, e seis meses quando ela tem mais de 35 anos — a concepção não ocorrer, é hora de buscar ajuda médica. E quanto antes for feito o diagnóstico e o tratamento correto, maiores são as chances de sucesso.
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