Tecnologia na reprodução assistida já permite que o sucesso do procedimento supere o da gestação espontânea
Atualmente, a dificuldade de engravidar não precisa ser um empecilho definitivo para o casal que deseja construir uma família. Além disso, seja qual for o formato familiar, a tecnologia na reprodução assistida se tornou um grande aliado.
Tecnologia na reprodução assistida
Contudo, a infertilidade conjugal é determinada após um ano de tentativas infrutíferas de gravidez, sem qualquer uso de anticoncepcional. A partir daí, é necessário investigar os motivos que podem estar causando a dificuldade.
De acordo com o ginecologista e diretor do Fertilitat – Centro de Medicina Reprodutiva, Alvaro Petracco, explica que a fertilidade humana, ao contrário do que se pode pensar, é muito baixa.
“A chance mensal de gravidez de um casal tendo relações sexuais na janela de concepção é de 20%. Isso até os 35 anos. Depois dessa idade, a chance começa a declinar. Esta queda é mais aguda depois dos 37. Após os 43 anos, a chance mensal de gravidez é extremamente baixa.”
Clínicas de fertilização
Sendo assim, o passo seguinte é recorrer às clínicas de fertilização e reprodução assistida, como o Fertilitat. Desde 1987, a equipe do centro especializado já ajudou a conceber 6.000 bebês. Além de participar, inclusive, da primeira gestação e do primeiro nascimento via reprodução assistida da região Sul do Brasil. Petracco relembra:
“Era uma época complicada, não tínhamos os insumos necessários. Era quase artesanal e os resultados, empíricos. Tivemos de buscar equipamentos fora do Brasil e, mesmo em outros países, ainda era tudo muito novo. Quando chegamos a resultados de sucesso próximos aos da relação sexual, de 20%, já considerávamos um sucesso.”
Sucesso da tecnologia na reprodução assistida fica entre 50% e 60%
Por outro lado, a tecnologia na reprodução assistida já permite que o sucesso supere o da gestação espontânea. Neste caso, 50% a 60% dos procedimentos terminam em uma gravidez bem-sucedida. Apesar de hoje já ser mais eficiente que o processo natural, a taxa de sucesso ainda não é de 100%. Mesmo assim, a reprodução assistida mudou completamente o cenário do tratamento do casal infértil. E isso inclui o ponto de vista conceitual. Isso porque, antigamente, o problema era chamado de esterilidade conjugal e, normalmente, apenas a mulher se submetia a consultas e tratamentos.
Petracco aconselha o seguinte nesta situação:
“O maior medo dos casais que nos procuram é o de não engravidar. A gente engana a natureza, mas não tem mágica. Escolhemos o melhor embrião dentro de um útero já preparado para a concepção, e isso resulta em uma eficiência mais alta. O que digo para os casais tentantes é: busquem auxílio. Ter filho é muito bom, na época certa, no número certo e com a pessoa certa.”
Avanços que abrem caminhos
Portanto, diante de todos esses avanços tecnológicos, os horizontes para as mulheres se abriram que, por uma série de motivos, escolhem ser mães mais tarde, e também para que casais homoafetivos possam gerar um filho, como alternativa à adoção.
Inteligência artificial
Para os próximos anos, Petracco prevê que o avanço da inteligência artificial e a evolução da genética, aliada à reprodução assistida, vão transformar a Medicina como conhecemos.
EmbryoScope® Plus
Por fim, em 2019, o Fertilitat foi o primeiro centro de reprodução assistida do Sul do Brasil a adquirir o EmbryoScope® Plus. Trata-se de uma incubadora time-lapse que permite acompanhar o desenvolvimento embrionário por meio de uma tela, sem a retirada dos embriões. Com isso, evitam-se alterações e flutuações das condições ideais do meio de cultivo. Para além da idade, fatores comportamentais, como o abuso de álcool, o cigarro e infecções sexualmente transmissíveis também podem comprometer a fertilidade, assim como o uso de hormônios, como a testosterona. Para auxiliar no impacto emocional, o acompanhamento psicológico durante todo o processo de reprodução assistida deve ser disponibilizado.
*Foto: Depositphotos