Nova prematuridade pode ocorrer, segundo estudo da Fiocruz, que avaliou dados de 6.701 bebês nascidos em todo o Brasil
Um recente estudo da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) verificou que mulheres que tiveram um parto prematuro possuem um risco quase quatro vezes maior de ter o mesmo problema em uma nova gravidez.
Risco de uma nova prematuridade
Além disso, a pesquisa Nascer no Brasil, que é um inquérito nacional sobre o parto e nascimento, avaliou dados de 6.701 bebês nascidos em todo o Brasil. Contudo, a prematuridade é a maior causa de morte em recém-nascidos.
Por outro lado, uma nova prematuridade acontece quando se realiza dois ou mais partos antes de a mulher completar 37 semanas de gestação. é o que revela Barbara Almeida Soares Dias, enfermeira, doutora em Epidemiologia em Saúde Pública e autora principal do estudo:
“Imaginávamos que a recorrência da prematuridade pudesse ser alta em virtude das altas taxas de prematuridade no Brasil, mas não imaginávamos a sua dimensão.”
Já o ginecologista e obstetra do Hospital Israelita Albert Einstein, Romulo Negrini, reforça que “essas pacientes precisam de uma atenção maior, pois correm mais risco”.
Fatores de um parto prematuro
Todavia, o parto prematuro está vinculado diversos fatores. Na maior parte das vezes, em torno de 60% dos casos, ele acontece de modo espontâneo, quando existe algum problema com a mãe ou o bebê. e neste caso, as mais afetadas são mulheres de classe média mais baixa e também adolescentes, especialmente as de maior vulnerabilidade social.
Sobre isso, Negrini comenta:
“Isso está relacionado à assistência pré-natal inadequada, entre outros fatores.”
Ele ainda complementa:
“Um acompanhamento adequado dessa gestante conseguiria detectar esses riscos e tomar medidas de prevenção para minimizar a chance de parto prematuro.”
Intervenção médica direta influencia em nova prematuridade
No entando, aproximadamente 40% dos prematuros são fruto de uma intervenção mpedica direta. Mas, neste caso, as mulheres mais afetadas são as de classe mais alta, revela Barbara Almeida:
“Muitos dos partos prematuros poderiam ser evitados, principalmente aqueles ocorridos por cesarianas eletivas. Precisamos reduzir as intervenções sem indicação clínica que podem refletir em desfechos maternos e neonatais adversos.”
Negrini complementa a informação ao fizer que é preciso melhorar o modelo de assistência obstétrica, além da formação médica e a “assistência no pré-natal em todas as classes sociais”.
Recorde em nascimentos antecipados
Os casos de nascimentos prematuros cresceram no mundo todo. Porém, o Brasil ocupa a 9ª posição no ranking de campeões de nascimentos antecipados, com uma taxa de 11,2 a cada cem nascidos vivos em 2014.
Por fim, as causas desse fenômeno são muito complexas e, por isso, as soluções também são, afirma 11,2 a cada cem nascidos vivos em 2014:
“A redução das desigualdades sociais e de saúde devem ser uma prioridade. Além disso, o fortalecimento das ações preventivas no pré-natal, a educação permanente dos profissionais de saúde, o diagnóstico precoce e controle das complicações obstétricas durante o pré-natal, o encaminhamento adequado das gestantes à assistência ao parto e a garantia de um atendimento humanizado e seguro desde o pré-natal até o puerpério são ações fundamentais.”
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