Apresentar transtorno alimentar na gravidez, segundo estudo americano, pode ser identificado rapidamente por meio de uma ferramenta, durante os nove meses de gestação
Aproximadamente 5% das mulheres experimentarão um transtorno alimentar durante a gravidez, estimam especialistas. Porém, não há uma ferramenta de triagem rápida para identificar quem corre esse risco.
Entretanto, pesquisadores da Escola de Saúde Pública e da Faculdade de Medicina da Universidade de West Virginia, ambas nos Estados Unidos, se uniram para coordenar um trabalho apresentado na última edição da revista Archives of Women’s Mental Health.
Como identificar o transtorno alimentar na gravidez
Trata-se de uma ferramenta, intitulada Triagem de comportamentos alimentares pré-natais (PEBS, pela sigla em inglês). Ela é composta por 12 questões ligadas à frequência de comportamentos ou sentimentos ligados a distúrbios alimentares. Por meio dela é possível rastrear a ocorrência de anorexia, bulimia e transtorno de compulsão alimentar, por exemplo.
Além disso, nos testes sobre a precisão da PEBS, a equipe recrutou 190 gestantes e constatou que aquelas que marcaram pelo menos 39 pontos na escala eram quase 16 vezes mais propensas a terem um diagnóstico de transtorno alimentar, ao serem comparadas às participantes escore mais baixo.
Para confirmar esses resultados, a equipe realizou outra rodada de testes com novas voluntárias. O teste de validação, com 167 participantes, confirmou as descobertas iniciais.
Aprovado
Sendo assim, a líder do projeto, Elizabeth Claydon afirma que mais de 70% das mulheres que relataram ter um transtorno alimentar atingiram o ponto de corte de 39 na ferramenta criada por ela e sua equipe. E mais de 80% das mulheres que não relataram ter um transtorno alimentar foram excluídas corretamente ao usar esse escore de corte.
Ela disse ainda que do ponto de estatístico a ferramenta é fantástica. Além de ser “bom ver esses números” se encaixarem no conjunto de dados de validação. Elizabeth Claydon também é professora-assistente do Departamento de Ciências Sociais e Comportamentais da universidade americana.
Benefícios
Contudo, a cientista enfatiza que os benefícios da adoção da ferramenta podem ser ampliados.
“Com distúrbios alimentares, não há muito tempo para os indivíduos esperarem para obter ajuda. Se prevenirmos ou tratarmos esses problemas durante a gravidez, não só podemos ajudar a mãe, mas também a criança.”
Associação Nacional de Distúrbios Alimentares
Por fim, conforme a Associação Nacional de Distúrbios Alimentares, dos Estados Unidos, se uma mulher tiver um distúrbio alimentar durante a gestação, seu bebê terá um risco elevado de parto prematuro e baixo peso ao nascer, entre outras complicações.
*Foto: Depositphotos